Assassinato ou Vitória

Voltando a analisar a mesa do Göl, o que o nick fez é uma banalização da morte comum em mesas de RPG. Como matar é algo que raramente tem conseqüências, passa ser a resposta de tudo. Também é o resultado automático do pensamento "Gamista" de se eu não mata-lo, ele volta pra me atacar.

O medo de "perder" por demonstrar compaixão, assim como a noção comum que essa é uma característica de "fracos", torna essa ação tão popular. O mais interessante é a reação típica do grupo, que no espírito de continuar com a aventura, não demonstra reação com o assassinato frio de alguém rendido, nem com a tentativa de um pc ou npc de resolver o erro.

Claro que não é todo mundo que gosta de ter esse tipo de questão em mesa. Afinal, aventureiros matam mais de mil antes de virarem épicos mesmo. E as situações que fazem os assassinatos serem apenas mortes em autodefesa são tão cheias de nuances quanto na vida real.

No caso em questão, temos dois fatores afetando a situação. A vítima em questão é uma warforged assassina meio despirocada das idéias, fundamentalista religiosa que acabou de cometer um assassinato por si só mas foi derrotada pelos jogadores. O assassino dela é um deva(não sei em q contexto ele foi inserido em Eberron) Avenger(não sei de q ordem, mas nenhum deus de Eberron pregaria aquela atitude). O defensor é um shifter ranger.

O primeiro fator vem da criminosa ser uma warforged. Para muitas pessoas ainda não passam de objetos, itens mágicos com uma mínima capacidade de raciocínio. Você não chama golens ou homúnculos de gente não? Pq faria o mesmo com forjados? É um objeto defeituoso que merece ser destruído o mais rápido possível antes que cause mais problema. Não pode nem considerar as mortes causada por ela um assassinato. São meros acidentes causados por uma ferramenta defeituosa.

O segundo é que o crime foi em Breland, especificamente em Sharn, numa área bem "boa" da cidade. Sharn seria a maior metrolope do mundo, o lugar mais civilizado, mais cosmopolita. E Breland é conhecido por sua mente liberal e sem preconceitos, um caldeirão de idéias.O lugar que mais aceita os warforged como pessoas. Não que a maioria não tenha algum receio deles, ou que não tenha uma porrada de gente em movimentos radicais contra eles. Mas a maioria respeita o tratado de Thronehold q disse q eles eram tão gente quanto humanos ou elfos, e pq o amado Rei Boranel disse também. Se tem algum lugar do mundo que a forjada iria ser capturada e julgada como um ser humano, seria Sharn.

Então nos temos dois bons argumentos na história para explicar qualquer uma das atitudes. Um shifter selvagem podia muito bem se irritar com aquela maquina de guerra arcana suja assassinando pessoas e destrui-la assim que possível num acesso de raiva. O avenger, apesar de não ser o background mais civilizado do jogo, provavelmente iria defender para que ela fosse punida pelos seus crimes de maneira justa. Mas o que ocorre não é nada disso.

Primeiro os papéis são invertidos, tirando toda e qualquer boa desculpa para as ações. Depois, nenhum jogador do grupo invocou qualquer uma dessas peculiaridades do cenário, pq eles não conhecem o cenário tão bem assim. Então, considerando que para os jogadores, toda essa bagagem histórica não existisse, analise agora o comportamento dos PCs, em vista que para a maioria o que aconteceu foi uma carinha esquisito matar uma pessoa rendida, e sob proteção de um homem lobo.

Opa!!! Quem disse que estou ignorando o contexto do cenário?

Se lembra que os Shiffters foram caçados como animais devido ao Parentesco com Licantropos?
EM JOGO: O mesmo tipo de sentimento de injustiça social foi o que me levou a simpatizar com a Forjada em questão. E o sentimento de revolta com a impunidade de saber que nada vai acontecer com o agressor, somado com um com um conceito de Moral e Honra primitivos onde a palavra dada tem o mesmo valor que a própria vida, foram o que desencadearam o ocorrido.

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Geralmente eu sou o primeiro a passar por cima de alguns conceitos do personagem para o bem estar da história e divertimento de todos, mas infelismente neste caso as proporções foram agravadas. E acabei levando isso mais a sério do que era para ser inicialmente.

Este tipo de conflito moral pode ocorrer, inclusive isso pode ser um problema crescente caso mestre e jogadores não estejam em sintonia com o tipo de jogo abordado. Para uma Aventura mais Simples matar o inimigo pode não ser problema, mas para um jogo mais profundo isso pode ser muito mais impactante.

Isso tudo tem me feito pensar que não estou narrando da maneira correta. =S

Göltork escreveu:Isso tudo tem me feito pensar que não estou narrando da maneira correta. =S

Não é questão de narrar de maneira correta ou não.

Mas a questão de entrar em um acordo com os jogadores sobre qual é o enfoque da aventura.

Sinceramente, Eberron tem potencial para este tipo de conflito e eu pessoalmente (ou seja Tirando a opnião do personagem) não acho valido o "matar por matar".

Não é muito um problema do mestre. É mais dos jogadores. Se o mestre começa a aplicar a realidade em cima deles, vira logo uma campanha de criminosos fugindo da justiça. Ou se no caso for só um jogador, vai se sentir chateado quando tiver q enfrentar desafios impossíveis e for capturado e condenado.

balard escreveu:Não é muito um problema do mestre. É mais dos jogadores. Se o mestre começa a aplicar a realidade em cima deles, vira logo uma campanha de criminosos fugindo da justiça. Ou se no caso for só um jogador, vai se sentir chateado quando tiver q enfrentar desafios impossíveis e for capturado e condenado.

É isso que estou temendo!

Göltork escreveu:

balard escreveu:Não é muito um problema do mestre. É mais dos jogadores. Se o mestre começa a aplicar a realidade em cima deles, vira logo uma campanha de criminosos fugindo da justiça. Ou se no caso for só um jogador, vai se sentir chateado quando tiver q enfrentar desafios impossíveis e for capturado e condenado.

É isso que estou temendo!

Relaxa Göl , ninguém quer deixar o jogo ruim , parece até que já estamos fazendo as pazes na mesa

Só explicando meu conceito Balard:

O Deva nao se lembra de absolutamente nada de sua vida antepassada, e de sua vida passada se lembra até o ponto onde fez um pacto com vampiros, a partir dai nao lembra de muito mais.

Entao, o conceito dele surge que na vida seguinte (ou seja essa) é a de se redimir de seu passado, ele simplesmente está perdido tentando fazer justica com o medo de na proxima vida nao voltar como o Deva, eu to vendo que meu personagem está migrando para um rumo como o do principe Arthas do Warcraft III. No caso ele venera os espiritos do passado, por isso que ele atacou a warforged assim do nada, ele tem que se redimir do que fez. Ah esqueci de falar que ele tem um medo de nao renascer como deva, pq nessa vida ele foi criado em meio dos elfos de Aerenal (esses né Göl??)

Esse é o meu conceito geral

Só nao sei se essa é a tribo de elfos que ele foi criado, eu tentei pesquizar um pouco mais eu acho que era essa sim.

NickNunes escreveu: Ah esqueci de falar que ele tem um medo de nao renascer como deva, pq nessa vida ele foi criado em meio dos elfos de Aerenal (esses né Göl??)

Esse é o meu conceito geral

Só nao sei se essa é a tribo de elfos que ele foi criado, eu tentei pesquizar um pouco mais eu acho que era essa sim.

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Era pra ser Aerenal.
Dá uma olhada aqui: http://eberron.wikia.com/wiki/Aerenal