[Offe] Taverna das Baratas Flamejantes

Muitas pessoas têm dificuldade em interpretar e descrever cenas, e para isso vou trazer aqui algumas técnicas de escrita q eu mesma inventei. São dicas iniciais para quem se interessar.

Aqui está a parte 2 de nossas dicas de postagem para usuários novos ou para quem deseja aperfeiçoar as postagens!


Terceiro passo - Praticando Ações: A Interpretação em si

Interpretação - ação de interpretar; modo de interpretar; exposição; maneira como é desempenhada uma composição dramática ou musical.

As ações do personagem devem ser pensadas com calma e aplicadas com criatividade, isso significa que você, acima de tudo, precisa tomar cuidado ao interpretar o personagem, tendo sempre em mente que quem está ali não é você, mas sim o personagem, portanto:

VOCÊ ESCREVERÁ o que o personagem pensa, o que o personagem quer, o que o personagem fala, como o personagem age e;

VOCÊ NÃO ESCREVERÁ o que o você pensa, o que o você quer, o que o você falaria, como o você agiria.

Ou seja, você deve separar quem é você de quem é seu personagem, e é isso que consiste em interpretar, o que você vê em todos os filmes e novelas por aí, e também o que é a idéia principal do RPG.

Pensando na Ação

Ao pensar na ação do personagem você deve avaliar vários fatores:

1 - Idade do personagem:

Um personagem mais novo geralmente tem menos experiência de vida e é mais inocente que um personagem mais velho. O personagem mais novo também pode ser mais inconsequente que o mais velho, não pensar muito nas suas ações antes de praticá-las e acabar dando tudo errado, e, é claro, você como jogador pensará nessa inconsequência do personagem e avaliará os resultados. O personagem pode ser um louco aventureiro, mas normalmente não iria pular de bungee jump sem verificar os equipamentos, a não ser que ele queira morrer, é claro, mas isso será visto mais à frente.

Em suma, cada idade tem uma evolução mental própria e o jogador deve fazer com que seu personagem aja de acordo com sua evolução mental própria.

2 - Era (tempo) em que o cenário se passa:

O tempo em que o jogo passa é muito importante e influencia em várias coisas como o modo de agir, o modo de falar e o modo do personagem se vestir, bem como os itens que ele carrega. Não adianta você querer ter um celular em um jogo que acontece na Idade Média, por exemplo, pois o celular não existia à época.

Quanto à fala do personagem, as roupas e outros objetos do personagem, procure um bom livro para ler sobre a época do jogo, e também faça perguntas ao mestre, afinal ele é o dono do cenário. O mesmo vale para o local e costumes locais do ambiente do jogo.

3 - Os conhecimentos do personagem sobre o assunto em questão:

Ninguém conhece de tudo, isso é um fato. Sempre haverá uma novidade no mundo, não há como negar. Todo personagem tem conhecimentos limitados, são bons em algumas coisas e ruins em outras. Defina previamente o que seu personagem sabe (os assuntos que o atraem e seus gostos irão ajudar na hora de escolher isso) e o que ele não sabe, e não se preocupe se seu personagem não tem o conhecimento necessário para fazer uma tarefa: será divertido interpretar ele tentando fazer uma coisa que não sabe, e pode dar certo ou errado! Lembre-se que no RPG o que mais importa é a diversão e não a apelação!

4 - Morte, Coragem e Suicídio

Este é um tema muito bom para se discutir: o momento de morte do personagem. Pode ser uma morte natural, de uma pessoa mais velha já cansada da vida, ou uma morte por um acidente fatal, ou até por suicídio. A mais polêmica é a morte via suicídio. Para o personagem suicidar-se ele tem que estar em um estado de extrema insanidade ou de extrema coragem. Por mais que a vida do personagem esteja péssima, seria uma conduta antijogo apenas se jogar de uma ponte. Para isso, o jogador precisa avaliar a quantidade de coragem que ele tem, se a vida vale muito a pena para ele e etc. É uma decisão muito difícil a ser tomada e uma das mais difíceis de serem interpretadas. Leia sobre suicídios para se aprofundar mais na matéria e conseguir uma boa interpretação.

Obviamente não tenho o intuito de esgotar o tema, mas essas coisas, entre outras, devem ser bastante pensadas antes de se postar ações.

Agora você já tem um guia bem sucinto para começar a postar. Use e abuse dos sentimentos de seu personagem e escreva-os com detalhes, tornando assim o texto cada vez mais interessante de ser lido.

Muitas pessoas têm dificuldade em interpretar e descrever cenas, e para isso vou trazer aqui algumas técnicas de escrita q eu mesma inventei. São dicas iniciais para quem se interessar.

Aqui está a parte 1 de nossas dicas de postagem para usuários novos ou para quem deseja aperfeiçoar as postagens!


Primeiro passo - Descrevendo cenas

Descrever: expor, narrar circunstanciadamente; fazer a descrição de; traçar, percorrer.

Imagine-se em um teatro, em cima de um palco. Como você descreveria este palco? Iria dizer: Estou em cima de um palco escuro com uma luz que incide apenas sobre minha cabeça? Ou iria descrever a largura do lugar, as cadeiras, a decoração? Escreveria se estava cheio de pessoas ou vazio? Ou até mesmo contaria como o palco estava cheio de outros atores, arbustos e areia no chão?

Para descrever um ambiente o escritor precisa ter em mente que o leitor não está dentro de sua cabeça, portanto ele não sabe o que você quer dizer, como você imagina as cenas, e então você deve descrever tudo para ele.

Usando os cinco sentidos

A primeira regra para uma boa descrição é jogar com as palavras misturando os sentidos.

O que o personagem vê?
Há algum odor específico no local?
O personagem escuta algo diferente? Ou há apenas o silêncio absoluto?
O personagem sente algum gosto?
Ao toque, o que ele sente? Frio? Calor? O personagem está inebriado ou tonto?

Sinestesia

Sinestesia é o fenômeno de contaminação dos sentidos, ou seja, a confusão neurológica que provoca a percepção de mais de um sentido de uma só vez, essa pode ser visual, olfativa, tátil ou auditiva. Muitas pessoas acreditam que a sinestesia é uma doença, mas não é. É um fenômeno sensorial que ocorre por meio da memória e pelo excesso da criatividade.

Há uma técnica de escrita, que me falha o nome agora, mas o essencial dela é misturar os sentidos. É uma boa técnica que mistura os 5 sentidos e causa sensações diversas no leitor.

Exemplo:

O ar estava pesado, uma fumaça negra mesclava-se à neblina, que era quase palpável. Suas narinas sentiam o gelo do ar pasar por elas, rasgando-as em uma ardência natural do frio, culminando em um choque térmico e lhe dava um gosto cinzento na boca, como se aquele ar gelado fosse um cigarro que o obrigavam a fumar à força, o que lhe remeteu às vozes infantis do seu passado cinzento, vozes estas que ainda ecoavam de forma dolorosa em sua mente.

Todos conhecemos os sentidos, mas vale lembrar:

• Pela visão – vemos as pessoas, observamos contornos, as formas, cores e muitos outros.
• Pelo olfato – identificamos os cheiros ou os odores.
• Pelo tato – pegamos algo, sentimos os objetos, sentimos o calor ou frio.
• Pela audição – captamos e ouvimos sons.
• Pelo paladar – sentimos os sabores.

A visão é o sentido que o ser humano mais utiliza. Através dela é que o escritor baseia-se na maioria do tempo, portanto utilizarei-a como exemplo.

Cada ambiente tem seus elementos específicos. Por exemplo, em uma floresta, temos como elementos árvores, grama, passaros e arbustos. Em uma sala de aula, temos um quadro, um professor, cadeiras e mesas, materiais de alunos, armários e janelas. Em uma rua de uma cidade, temos prédios, casas, lojas, carros e pedestres.

Através destes elementos simples podemos fazer descrições minuciosas com uma segunda técnica que verão a seguir.

5 adjetivos para um substantivo

Costumo sempre treinar a colocação de 5 adjetivos para cada substantivo. Vamos imaginar a floresta descrita acima. Os elementos básicos são: Árvores, Grama, Pássaros e Arbustos. Agora basta você pegar estes elementos e colocar 5 adjetivos (qualitativos ou pejorativos) sobre estes elementos. Pode parecer difícil no início, mas depois a escrita fica natural. Você pode começar praticando com 3 adjetivos se achar 5 um número muito pesado.

Árvore - juntas, folhas verdes, altas, tronco grosso, torta.
Grama - verde, molhada, pontiaguda, fofa.
Pássaros - belos, voam alto, fazem ninhos, multicoloridos, cantarolando.
Arbustos - baixos, com espinhos pontiagudos, raízes firmes, murchos, folhas escuras e secas.

Se vocês perceberem, descrevi uma criatura: pássaros. Geralmente você pode colocar ações em criaturas ao invés de adjetivos, fazendo uma mistura para o ambiente ficar mais movimentado.

Agora que você colocou os 5 adjetivos, já pode formar seu ambiente. Não colocamos acima o céu e o clima como elementos, mas eles também devem ser utilizados e observados em todas as cenas.

Era meio dia naquela floresta e o sol batia com força nas folhas verdes da copa das árvores muito juntas, altas, com troncos tortos e grossos. A grama verde serpeava por entre as árvores, molhadas pela recente chuva que caíra mais cedo. Como cresciam ao natural, estavam pontiagudas, entretanto quem pisasse nelas poderia sentir seus sapatos afundarem de tão fofas e macias que estavam.

Os arbustos eram baixos, possuíam espinhos pontiagudos que traziam um tom de melancolia à floresta. Suas raízes firmes contrastavam com sua aparência murcha e suas folhas escuras e secas. Os pássaros, entretanto, estavam muito mais vívidos que os arbustos. Multicoloridos, uns davam vôos altos e outros apenas faziam ninhos ou pousavam em seus ninhos já prontos, cantarolando.

Obviamente que esta técnica não deve ser usada o tempo todo em todas as descrições, pois se tornaria cansativo, mas é uma ótima forma de ativar a criatividade.

Palavras Sinônimas

Outro artifício interessante é usar um bom dicionário. Às vezes você acaba repetindo várias vezes a mesma palavra nas frases, o que fica cansativo de escrever e de ler. Um ótimo dicionário você encontra nesse link: http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx