A Ascensão – Cohen

Cohen aceitou que não conseguiria chegar aos morros antes que desmaiasse de cansaço.

Ele precisava cuidar de seus ferimentos e, pelo que achava, teria conseguido uma boa margem de distância dos roma – isso se eles adivinhassem que o caminho certo era o do sul.

Sua maior procura, naquele momento, era por algum conjunto de árvores que pudesse lhe abrigar durante aquela noite.

Não demorou muito e encontrou o que queria. Parou seu velho pangaré e se acomodou.

Pensando na possibilidade dos Roma ainda estar atrás dele, Cohen parava antes de chegar às árvores tomando sua posição ereta apesar da dor. E ali ele parou durante alguns minutos até que um galho de uma árvore mais baixa lhe trouxe uma idéia.
Aproximando-se devagar até a árvore ele se pôs a ficar em pé, apenas com os joelhos ainda a guiar o cavalo. E esticando ao máximo seus braços, o montanhês joga suas coisas para cima e depois tenta erguer seu corpo até a parte mais alta da árvore, mas antes ele tinha que fazer uma coisa, parando ainda no primeiro galho.

- Desculpe meu amigo, mas preciso que fuja para bem longe. Pelo menos, o suficiente para que eu não seja pego dormindo. – Diz Lothbrok quebrando um pequeno galho para bater no cavalo e fazê-lo correr.

A noite não seria das melhores, mas seria segura em cima daquela árvore. Por uma vez apenas Lothbrok teve que se refugiar em uma, numa situação parecida, onde caçadores de rebanho dos fazendeiros da região resolveram aparecer, e o montanhês decidiu afugentá-los pegando de surpresa. Ainda existiam em seu corpo algumas cicatrizes mostrando tamanha tolice. Mas este guerreiro já não era tão inexperiente assim.

Subindo o máximo que pode para ficar invisível aos olhos leigos, assim esperava ele, Cohen fitava o céu relembrando de seu tempo de infância e de seus pais. Sua lembrança pulara alguns anos e logo parara nos seus 14 quando pela primeira vez, ou quando ele se dera conta de tal, ele vira uma menina com seus lindos cabelos preto e seus olhos firmes e decididos enquanto passeava pelo vilarejo ao lado de seu pai. Mas antes que esta lembrança tomasse conta de si, Lothbrok balançava a cabeça negativamente e fechava os olhos tentando descansar um pouco.

Lothbrok subiu na árvore a fim de fazê-la de dormitório... ao menos por aquela noite de céu estrelado.

Os dias que viriam pareciam prometer bastante ao jovem guerreiro que tinha uma inclinação especial por confusões.

A noite passou tranquila, mas o dia veio triste, cinza. O clima lúgubre faziam com que pensamentos melancólicos povoassem a mente de Cohen.

O montanhês ainda ficava algum tempo em cima da árvore mesmo após ter acordado. Ele demorara um pouco até que seus olhos estivessem completamente abertos e descansados. Ainda que isso não viera a acontecer este dia. E aos poucos ele começa descer.

“Parece que os Roma não me seguiram até aqui ou perderam a trilha alguns metros atrás.” – Pensa Lothbrok olhando ao redor tentando averiguar o caminho.

Assim que tudo se esclarece para sua visão, Cohen prepara algo para comer para só após seguir em direção ao sul. Ou para onde ele achava que fosse.

Entre os mantimentos só haviam cereais e pão – comidas que poderiam durar bastante numa viagem e que não necessitavam ser preparadas, já que utensílios como panelas não faziam parte dos itens dados por Manik.

Ao fim da tarde, e sem nenhum problema com animais ou pessoas, Cohen chega aos morros depois de percorrer um longo caminho pedregoso que já prenunciavam as elevações do sul. Eles, os morros, eram baixos e de fácil escalada (principalmente para um montanhês como o guerreiro). Havia a opção de contorná-los, o que demoraria mais, porém não seriam grandes problemas.

O clima estava cada vez mais frio, e o céu estava forrado por grossas nuvens de chuva.

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Lembre-se: está no fim da tarde, está com cara de quem vai chover e os morros, apesar de não serem escarpados, oferecem um certo risco para viajantes (principalmente montados). O que você vai fazer?

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OFF: Eu achei meu cavalo de volta? ^^
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Cohen via-se entre dilemas e enigmas o tempo todo dês de sua fuga. A cada dia ele deveria pensar em seu conforto ou no fato de estar sendo perseguido ou não.

“Os morros vão dar-me mais cobertura, pois os Roma não são tão rápidos em escalada. Apesar do perigo, terei uma visão melhor da planície até a hora da chuva. Posso ainda ter sorte e encontrar algum abrigo para este tempo... Assim espero.” – Pensa o montanhês por último olhando as nuvens carregadas.

E com esta decisão firme, Cohen começa a subir o morro que crescia a sua frente sem pensar nos perigos que poderiam acontecer. Porque em seu pensamento, se fosse pelo lado mais demorado e menos perigoso poderia se deparar com seus perseguidores enquanto o lado mais rápido e mais perigoso, ele sofreria os malês da natureza e não dos homens.

[É ruim hein rsrs.]

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Cohen começa a escalada. No começo os morros não apresentam nenhum tipo de resistência, uma subida suave é a única coisa que aguarda o guerreiro.

Após algum tempo os aclives começam a se tornar mais íngremes – o que significava, também, um declive a frente.

Cohen tem a opção de, ou escalar os morros mais íngremes, ou tentar contorná-los por desfiladeiros rasos que tangenciam as bases de alguns deles.

Em ambos os casos o caminho é pedregoso e é possível, também, ver pedras soltas.

Sua idéia sempre foi atingir o ponto mais alto do morro para ter uma visão mais ampla da região e, ao mesmo tempo, evitar que as pedras o atingissem por causa da chuva. Pelo visto ela, a chuva, ainda não estava para chegar apesar de o tempo indicar que sim.

Cohen parava ainda vislumbrando a paisagem ainda que ela não fosse das melhores. E só depois de ajeitar sua mochila em suas costas, o montanhês segue em direção ao topo do morro. Mas sempre atento há alguma possibilidade de abrigo que viesse e tomando cuidado onde pisava.

[Por sua origem montanhesa, não vou cobrar nenhum teste para uma escalada tão 'fácil'. Mas, atenção, isso não será válido para outros casos, como uma perseguição ou coisa do gênero.]

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Cohen chega ao topo do morro. A chuva agora começava cair e fustigar seu corpo em rajadas leves. Ao contrário do que achava, o guerreiro não encontra abrigo no ápice daquela elevação.

Não muito longe de onde estava, havia um raso desfiladeiro que talvez abrigasse algumas grutas esculpidas nas rochas do lugar.

A chuva vinha em mal hora, pois Cohen ainda queria ver a região e saber se os Roma estavam em seu encalço. Mas ela serviria para lavar seu cansaço e suas feridas até que realmente tivesse um lugar para repousar.

A descida seria perigosa e Cohen sabia disso. Olhando de forma cautelosa, Lothbrok procura um caminho menos pedregoso. A caminhada seria difícil e lenta, mas fora o que o guerreiro escolhera para si neste momento.

A descida foi bastante dificultada com a ação da chuva. As pedras se tornaram escorregadias e traiçoeiras. Apesar de toda a mazela, Lothbrok conseguiu chegar à parte mais baixa do lugar: lá onde haviam algumas grutas rasas que poderiam ser usadas como abrigo – caso nada de anormal acontecesse.

Cohen desce em meio alguns escorregões e tropeços, mas logo ele se vê lá em baixo e possivelmente a salvo da chuva. Sem antes mesmo de analisar o lugar, o montanhês corre em direção a uma gruta para se proteger.