Masmorras & Dragões
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Krynn - Uma nova era

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Mensagem por bitenco Dom 18 Out 2009, 3:23 am

Dizem as lendas que Krynn era um mundo vazio e seco, até que os Deuses o tomaram para si, dando início à existência. A dualidade entre o caos e a ordem, o bem e o mal, a luz e a escuridão sempre regeu as ações dos Deuses, a isso se reflete na própria natureza do nosso mundo.

Eles criaram as raças sentientes, e permitiram seu domínio no mundo: o primeiro grande reinado foi o dos Elfos, mas este caiu rapidamente, forçando todos os sobreviventes a se refugiarem nas florestas mais profundas, pois seus irmãos, os Ogres, sucumbiram à sedução do mal. Durante vários milénios sua tirânica civilização escravizou os humanos, anões, e toda raça que se opusesse ao poder da magia que eles dominavam.

Com o passar do tempo a natureza física dos Ogres passou a retratar a feiura que existia em seus espíritos, e esta bela raça se degenerou em monstros odiosos. Derrotados por suas próprias armas, o império Ógrico caiu ante às rebeliões dos escravos humanos, que baniram seus opressores e instituiram a paz no mundo por muito anos.

E vieram os dragões.

Criaturas malévolas, gigantescos répteis alados, criados pela Deusas maligna Takhisis, que desejava impor sua própria visão ao mundo, e tomá-lo para si. Cuspindo fogo, gelo e odiosas biles venenosas, os dragões quase devastaram a terra, e escravizaram todas os povos livres com o medo que inspiravam nos frágeis corações dos mortais.

Então os Deuses da bondade enviaram dragões metálicos, para se tornarem inimigos ferrenhos dos dragões cromáticos de Takhisis. Mas sozinhos eles não podiam lutar, pois o destino de Krynn também dependia da vontade de lutar de seus próprios habitantes.

Um jovem guerreiro, chamado Huma, se apaixonou por uma bela elfa, apenas para descobrir que na verdade ela era uma dragoa prateada em forma mundana. Juntos eles partiram em combate contra as forças do mal, portando uma arma agraciada pelo próprio Deus Paladine, a temível Lança do Dragão. Huma e Coração pereceram gloriosamente em combate, sacrificando suas vidas para derrubar a própria Takhisis.

Ao longo de mil anos vários reinos e impérios surgiram, e a paz que deveria ter sido mantida pelo sacrifício dos heróis foi apenas adiada... Ansalon sofreu com muito derramamento de sangue, até que o Cataclisma se abateu sobre o mundo, deformando a terra e afastando os Deuses dos povos de Krynn. Porém o mal não poderia ficar parado, e Takhisis começou a planejar seu retorno triunfante. Foi aí que surgiram os Draco-Lordes, acompanhados de temíveis exércitos compostos em sua maioria por soldados draconianos. Eles começaram a invadir e subjugar as terras livres... E teriam conseguido.

Um pequeno grupo de heróis, liderados por Tanis Meio-Elfo, insurgiu contra o poder dos Draco-Lordes, e iniciou aquela que seria conhecida como a Guerra da Lança, depois que a princesa-élfica Laurana, a Dourada, conseguiu forjar novas Lanças do Dragão, e com elas equipou os exércitos de cavalheiros de Solamnia. A mulher das planícies, Goldmoon, trouxe a fé antiga nos Deuses para Ansalon, e se tornou sacerdotisa de Mishakal, a Deusa da cura. Por estes e vários outros feitos, eles ficaram conhecidos como os Heróis da Lança. Muita dor e sofrimento se passou, até que finalmente o retorno de Takhisis ao mundo foi impedido, e seus exércitos derrotados. Mais uma vez, os deuses abandonaram o mundo, para levar Takhisis para sua prisão em outro plano de existência.

Os mortais novamente tiveram que aprender a viver sem os Deuses por perto, e novos poderes surgiram no mundo. Anos após o final da Guerra da Lança, porém, os Irda, ogres da antiguidade que não foram corrompidos pelo mal, tolamente liberaram a força conhecida como Caos no mundo, e nada mais foi como era conhecido. Com sua magia selvagem, Caos mudou a face dos continentes e ilhas, o que seria conhecido como o Segundo Cataclisma, e apenas após uma árdua e longa batalha com os últimos Heróis da Lança e seus filhos ele seria derrotado e banido para sempre.

Novamente os mortais teriam que aprender a viver sem a magia arcana ou dos Deuses, e iniciou-se a Era dos Mortais em Krynn. Todas as forças militares, tanto dos honrados Cavalheiros de Solamnia quanto dos odiosos Cavalheiros de Takhisis (agora conhecidos como Cavalheiros de Neraka) estavam despedaçadas, e divididas. Sem defesas, os humanos, elfos e anões sucumbiram à nova vinda de Dragões, estes os mais terríveis já vistos. Eles iniciaram uma batalha entre si, dividindo a terra de acordo com seus próprios interesses.

Até que chegou o dia no qual Mina, uma jovem guerreira, demonstrou possuir poderes divinos, e passou a profetizar a palavra de uma Deusa Única, que viera para substituir os Deuses Antigos. As forças da Deusa Única ajudaram a derrotar vários dragões que oprimiam os povos livres, mas na verdade isso era apenas uma fachada, para esconder a verdadeira face desta entidade: Takhisis.

Seu plano foi descoberto por poucos, e igualmente frustrado. Quando os Deuses descobriram que Takhisis tinha roubado e escondido Krynn deles, Paladine veio à terra e abriu mão de sua divindade e imortalidade, para manter o equilíbrio da ordem universal, de forma que Takhisis também se tornasse uma mortal. Então a Rainha Negra foi assassinada por Mina, que estava desiludida e enervada, por ter sido usada como mero peão num plano nefasto e superior.

Com o retorno dos Deuses ao mundo, a magia divina e arcana também voltaram a funcionar normalmente. Mas tantas guerras e calamidades deixaram uma cicatriz produnda nos mortais, e eles agora olham para o horizonte, em busca de seus próprios destinos.

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Mensagem por bitenco Dom 18 Out 2009, 3:24 am

Ano de 431 Alt Clatacius (41 Secundus Cataclius)

A vida andava mais sossegada pelas regiões. Os males que afrontaram a terra durante anos, agora adormeciam nas profundezas. Pelo menos era o que todos achavam. Em uma sala, em alguma casa, em alguma cidade, conversavam duas pessoas frente a frente. Ao longe uma servente olhava curiosa e tentava escutar o que os dois diziam, mas eles cochichavam.

- Então, o senhor irá me ajudar ou não?

Com os dedos entrelaçados próxima a boca o outro apenas analisava a proposta.

- S...

Mas logo um barulho de metais batendo e ouvido e os dois se alertam. Logo se depararam com uma bela jovem no chão catando umas bandejas.

- Me descu-desculpe, senhor. Eu não...


-=-=-
Dias depois...

Fazendo um sinal afirmativo, ele diz:

- Não tome isto como um desrespeito, mas é que muito aconteceu, chame Gillius, não gostaria de sentir-me na necessidade de relatar tudo novamente...

Lothar, o clérigo mais velho e de maior patente dentro da igreja da cidade, responde:

- Gillius não faz parte de nossa igreja, mas se deseja tanto a presença do mesmo, mandarei chamar.

Tosher então encosta numa pilastra ali próxima. Depois de algum tempo em que um dos mensageiros saiu para buscar o Cavalheiro, os dois chegam.

- Desculpe a demora, senhores.

Sem mais delongas, o mensageiro se retira enquanto Lothar faz um gesto para que Tosher continuasse. Este então, começa a falar:

- Pois bem... Seguimos rumo á montanha como era o mais sensato, levei comigo meus aprendizes: Bellasco, Elder e Kethorin, não demorou muito para encontrarmos um dos rastreadores... Como era seu nome? Havok se não me engano, seguimos a trilha indicada por ele quando uma névoa mágica se formou, eles já nos esperavam, tentavam nos atrasar, entretanto, o efeito não foi tão duradouro, acabamos nos encontrando com um grupo...

Ele tira as braçadeiras revelando as ainda dolorosas marcas da mordida de um dragão enquanto relaxa e prossegue:

- Era o grupo cujo líder é um humano que atende pelo nome de Morgans Maquiavel, um grupo de "tendencias duvidosas", devo alertar, entretanto, tínhamos problemas maiores, decidi deixar que passassem, mas não pude deixar que carregavam um livro, este livro.

Com estas últimas palavras, ele mostra o mesmo, entregando-o a Lothar.

- Como podem notar, este artefato emana maldade, era similar ao que Ravael portava consigo, tomei a precaução de orientá-lo a seguir até aqui, onde vocês poderiam recompensá-lo por se livrar de tamanho mal, e segui minha perseguição, entretanto, logo me veio em mente que o grupo de Ravael poderia também tê-lo visto, dado que eles inevitavelmente se cruzaram, e estava correto, mas era um tanto tarde para fazer muito, o grupo de fugitivos se separou, estavam Ravael, a mulher que capturei da outra vez e o responsável pela fuga dos mesmos, "Zaleot Sharizz", esse nome lhes soa familiar? eu o encontrei ontem na taverna, se dizia ser novo na cidade...

Esperando uma reação dos demais, Tosher prossegue:

- Estavam flutuando em alguma espécie de magia, consegui derrubá-los, mas antes eles causaram um grande dano ao grupo de Morgans, o embate teve seu início, consegui, graças ás bênçãos de Kiri-Jolith, derrotar Zaleot, cujos poderes arcanos eram impressionantes, e segui até os outros, que ainda se recuperavam da queda, a mulher cairia logo depois, mas meu embate contra Ravael foi interrompido, temo que eles mesmos tenham invocado a criatura, embora duvido que tenham tamanho talento para tal, era um dragão, um dracolich.

O mesmo aguarda a reação dos mesmos, esperando que algum soubesse do que falava, mas ninguem se pronunciava ainda atento as palavras do clérigo.

- Ele saiu do chão, como se tivesse quebrado um selo muito antes feito, sou nome era Khellendros, o grande dragão de Neraka cujas histórias eu muito ouvi falar, infelizmente, por descuido meu, Ravael utilizou a oportunidade para se esvair dali, se tele transportou para longe, levando seus comparsas consigo, vendo tamanha atrocidade em minha frente, teria minha honra eternamente manchada se não tentasse eliminá-la, entretanto, seu poder era grande demais para mim, acabei derrotado, mas a sorte estava ao meu lado, sobrevivi, e consegui evitar que este livro fosse tomado. - Sua voz torna-se mais fina, como alguém que fala de um trauma de algo que precisará de tempo para se recuperar

- Ma... – Gillius fazia uma expressão de surpreso e, para aqueles que olhassem bem para o cavalheiro, podia perceber pitadas de medo em seu olhar, mas ele se segurava e deixava que o clérigo prosseguisse com suas palavras.

Como alguém que sabe que está contando uma história grande, ele dá uma pausa, respira um pouco e prossegue:

- Mas este dia longo estava um pouco longe de acabar, um grupo de mercenários também apareceu naquela montanha, e de certa forma ajudaram meus aprendizes com os feridos, o líder deles é um Elfo, não chegou a me dizer seu nome, mas logo descobriríamos que foram contratados para adquirir este livro. Tive que interferir, e outra batalha teve início, quando Morgans descobriu que poderia barganhar e lucrar mais com tal artefato, tentou aproveitar a oportunidade para fugir, felizmente consegui, na verdade devo destacar, meus aprendizes foram extremamente úteis nestas circunstâncias, honraram o nome de nosso deus como poucos conseguem fazê-lo, com suas invocações fomos capazes de eliminar os mercenários e pará-los.

Como um pai que se orgulha de seus filhos, ele dá uma pequena risada, embora seus dentes estivessem avermelhados de sangue, ele finalmente respira fundo e termina o enfadonho relatório

- E cá estamos nós, resolvi não julgar Morgans, deixarei a cabo de vocês decidir seu destino, entretanto, sou um homem de palavra, dêem ao mesmo uma recompensa pelo mesmo... Trouxe também alguns pertences dos mercenários, não eram pessoas ordinárias, em poucas guerras vi tantos itens mágicos juntos, quem queria este item, o queria bastante, eu trouxe o líder deles, foi encaminhado para a Dungeon, creio que tirar deles essas informações não seja, em tudo, difícil.

Ele então se levanta aliviado, como alguém que tira algumas toneladas das costas, e diz:

- Mas, graças a Kiri-Jolith, acabou, irei receber agora os cuidados médicos que se fazem necessários, deixarei estes itens para serem avaliados, e terei meu, ansiado descanso, sei que pedir desculpas não desfará minha falha, não permitirei que isso se repita, nunca mais... - Ele fecha o punho, como alguém que faz uma promessa - Possuem mais algum questionamento?

- Por enquanto é o que basta, meu filho. Vá e descanse. Amanhã falaremos mais sobre isso. – Lothar se aproxima de Tosher batendo com leveza nele e seguindo em frente novamente. – Estou indo para meus aposentos. Afinal, já não sou tão novo assim.

Tosher se deixa ser "batido", embora seu corpo machucado reclamasse o menor dos impactos, é quando ele diz, ainda tentando manter a conversa:

- Temo que este artefato seja perigoso demais, Lothar, precisamos decidir o destino do mesmo agora, ou ao menos colocá-lo em um local seguro até tomarmos a decisão no momento oportuno.


-=-=-
PS.: Postagem feito, originalmente, por Hitoshura, mas sofreu pequenas modificações para se adequar a uma reunião.
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