Viver ou Sobreviver? [Cap.3 - Jason Miller]

Jason se encontrava numa situação tanto delicada quanto simples: Queria sair dali. Com vida. E sem dúvida, com Margareth e Luana também. Mas desconhecia as inteções do misterioso e excêntrico Sr. Frederik e sua família.

Uma jovem empregada do lugar guiou-o e seu grupo até um corredor no qual haviam diversas portas.

- Aqui estão os cômodos vagos. - Ela apontou para quatro portas de madeira. - Todos são suítes com duas camas de solteiro. Espero que não se incomodem com o ambiente rústico dos quartos. Se necessitarem qualquer coisa, por favor, comuniquem qualquer um dos empregados. Meu nome é Lisa e estarei à suas ordens. Com licença.

Dito isso, a jovem se retirou. Jason e companhia estavam diante de quatro suítes e poderiam até escolher em qual ficar. O único detalhe é que a empregada não especificara nenhuma diferença entre elas, por que escolher?

- Vamos fica nesta aqui, filho. - Margareth e Luana entrevam em um dos quartos, bem despreocupadas. Ou no mínimo, dando esta impressão. - Qualquer coisa, venha falar conosco.

Enquanto as duas fechavam a porta do cômodo, Mark já abria a porta do quarto ao lado.

- Vamos nos alojar aqui, então. - Ele dizia, com uma naturalidade estranha, enquanto adentrava o lugar, que mais parecia um quarto de uma estalagem medieval um tanto luxuosa.

- Ah sim, claro - confirmou.

Mas antes de seguir o editor, Jason deu uma meia parada e se voltou para a suíte de Margareth e Luana.

- Mas antes vou ver se elas não precisam de nada. Já vou indo, Mark - disse o rapaz, que se dirigiu à porta do outro quarto e bateu de leve, chamando as mulheres.

- Certo. - Disse o editor, se fechando dentro do cômodo.

A porta do outro quanrto logo foi abert por Luana:

- Sim? Ah, Jason. Precisa de algo? - Ela indagou, inocente.

Sem falar nada, o rapaz entrou no cômodo, verificando se Luana iria ou não fechar a porta atrás dele. Sem falar nada, logo passou os olhos por todo o cômodo, procurando por câmeras.

1) Se eu não achar nada, começo a procurar por escutas.
2) Se eu achar, tento avaliar se ela é do tipo de câmera que tem microfone ou não.

Jason não conseguiu encontrar nada que se assemelhasse À câmeras, muito menos à escutas. O quarto na verdade era bem vazio: havia um armário, uma criado mudo entre duas camas de solteiro. Não havia muito onde esconcder nada. No banheiro então, ainda menos. Lá se encontravam somente um vaso sanitário e um chuveiro.

Após a breve investigação, Jason fechou a porta do quarto e começou?

- Vocês são doidas? - disse, mais chamando a atenção do que brigando realmente - Vamos ficar todos juntos. Nada de se separar.

Transtornado, o jornalista alisou a própria cabeça pensando no que fazer. Sentou na cama e analisou se iria passar a noite toda acordado ou não.

- Não podemos ficar aqui, é perigoso demais. Mas também não podemos fugir na calada da noite, pois nem sabemos do que eles são capazes... - mas pensou no que disse e completou: - Ou melhor, sabemos sim.

Aproveitando o momento de privacidade, tirou seu gravador do bolso e procurou pelo exato momento em que ele e sua família dormiram no helicóptero. Queria ver se Mark e o piloto tiveram alguma conversa suspeita ou esclarecedora.

A gravação estava um tanto tediosa por um bom tempo. Ouvia-se absolutamente nada além do ronco de Jason e as hélices do helicóptero por vários minutos.

De repente, Mark iniciou um diálogo com o piloto:

- Claus, você realmente está nos levando para algum lugar seguro, não está? Não acho que a floresta é o local mais seguro, considerando tudo oque está acontecendo na cidade... - O editor estava com uma voz meio preocupada.

- Não se preocupe. - Claus abafou uma risada. - Tenho certeza de que lá, nenhum destes mortos-vivos que vagam as ruas irão incomodar os senhores.

- Muito bem... - Mark ainda parecia perocupado. - Muito obrigado por tudo, Claus. Você realmente nos salvou.

- Não foi nada, senhor Mark. Mas lembre-se de manter o seu nado do trato.

- Não vou me esqueçer. Jason não terá como recusar. Jason nem terá por que recusar.

De olhos arregalados, o jovem rapaz encarou de forma assustada os rostos das duas mulheres. Havia um plano sendo arquitetado ali. Mas o quê? Inevitavelmente, flashs do zumbi hospedeiro invadiram a mente de Jason. Ele lhe oferecia algo. Ele queria algo.

As coisas pareciam cada vez piores.

- Eles não vão nos deixar ir embora... Estamos num teatro. Temos que fugir daqui, ou só Deus sabe o que poderá acontecer.

- Mas como, Jason? - Luana perguntava, preocupada. - Há dezenas de empregados aqui, eles têm olhos em todos os lugares. E outra coisa, nenhum de nós viu o caminho! Não sabemos onde estamos!

A jovem estava ficando um pouco desesperada. Quando parou para pensar, Jason notou que ela realmente estava engolindo tudo aquilo- os zumbis, o papo do experimento, até sobre eles estarem casados- sem nem abrir a boca. Ela estava prestes a estourar, e provavelmente tinha razão ao fazê-lo.

- Eu já sei o que fazer - disse Jason, alisando instintivamente a pistola na cintura - apenas descansem um pouco, tomem um banho (se tiver banheiro ali), mas não descarreguem as coisas.

[Bom, é o seguinte: como o Mark deve estar cansado, eu quero dar um tempo de uns 30 min. e ir para o outro quarto. Vou ameaçá-lo com a arma e fazê-lo me indicar a saída dali]

Nesse momento, bateram na porta.

- Filho, você pode ir ver quem é? - Margareth disse, entrando no banheiro.

- Não, deixa que eu vejo. - Disse Luana, já caminhando em direção à porta.

[Elas estão se comportando estranho...]

Jason apenas espera para ver quem chamava à porta.

[Cara, peço desculpas sobre isso. Minha noção comportamental está em cheque-mate desde o início do jogo. Estou tentando ao máximo consertá-la, mas é difícil. Vou tentar evitar mais gafes.]

Luana abriu a porta. Lá fora estava o estranho homem que sentou ao lado de Jason durante o jantar. Ele estava sério, e logo começou a falar:

- Srta Haley, por favor, me acompanhe. Há algo de extrema importância a ser discutido, a respeito de seu marido e do Sr Frederik. Precisamos conversar a sós.

- Ah, - A jovem lançou um rápido olhar para Jason e logo voltou a olar para o homem. - Tudo bem, mas seja breve.

O cara consegue ver que eu estou ali?

Se sim:

- O que tem a ser dito sobre mim que eu não possa escutar, Senhor...? - Jason rapidamente se aproximaria de Luana e tomaria a frente da conversa, forçando o outro a se identificar.

Se não:

Quero me mover silenciosamente junto à parede e me colocar numa posição onde Luana possa me ver sem me denunciar. Com isso, vou fazer sinais para ela "cortar" a conversa e dispensar o cara. Pode ser qualquer coisa, cansaço, dor de cabeça ou simplesmente cortar mesmo e foda-se.

[Que mané desculpas o quê rsrs. Eu não comentei criticando, comentei dizendo "caralho, elas estão estranhas... estou começando a ficar bolado", tipo paranóia kkkkk. Mas ainda bem que não rsrs.]

Jason se moveu lentamente até a parede, e ficou próximo a porta. Mas, antes que conseguisse dar o sinal, Luana já havia saído do cômodo com o tal homem.

Felizmente, o jornalista podia, de sua posição privilegiada, ouvir a conversa.

"Por favor. Por aqui.", disse uma voz que Jason definiu ser a do homem.
"Já estamos à sós o suficiente, não acha? Vamos, diga logo oque tem a dizer.", Luana respodeu, curta e grossa, objetiva.
"Muito bem, senhorita Luana. Se prefere conversar aqui, que assim seja, mesmo sabendo que corredores têm ouvidos.", respondeu o homem, impassível. "Acredito que a senhorita já esteja familiarizada com o temperamento do nosso anfitrião, o Sr Frederik. Se me permite acrescentar, ele não é um homem de perdoar duas vezes, e pelos recentes eventos na cidade, acredito que deva imaginar que tipos de castigos ele reserva a quem vai de encontro com seus interesses ... e a quem demonstra-se um traidor ... ou mentiroso."

Nesse momento, Jason sentiu uma pontada de medo. Aquele homem, fosse oque fosse, era perigoso e não estava para brincadeiras.

"Nosso anfitrião não percebeu a princípio ... mas imagine o que aconteceria se alguém relatasse a ele que seu 'marido' é um mentiroso? O que a senhorita me diz?"

O que diabos aqueles homens estavam planejando? E agora mais essa!
Se ele encostar a mão nela, eu juro por Deus..., pensou o frustrado Jason.

Após alguns intantes de silêncio, o homem completou.

"Muito bem ... nenhuma resposta. Faremos assim. Eu agora irei me dirigir OU ao meu quarto, OU ao encontro do nosso anfitrião. Tudo depende se terei companhia.", disse o homem, antes de, pelo que Jason distinguiu dos sons, sair andando.

"E- Eu vou com você. Jason não tem culpa de nada, tenho de explicar isso ao Sr. Frederik.", Luana disse e, seguiu o homem.

[Não entendi muito bem a situação.]

Porra, Luana!!, Jason gritou internamente. Como ela pôde simplesmente ignorar o aviso que ele havia acado de dar ao entrar no quarto? Que merda. Por essa atitute inconsequente, a frentista tinha acabado de pôr tudo em xeque.

Se ele a deixasse ir e fosse atrás, sua mãe ficaria sozinha, em perigo. Se ele ficasse, Luana era quem estaria em perigo. Então não havia a hipótese de se manter inerte diante daquela situação.

- Ei!? - o jornalista saiu do quarto de braços abertos, exigindo uma explicação. - Para onde você acha que vai levá-la?

Jason puxou a porta do quarto e deu alguns passos em direção aos dois.

- Luana, vem pra cá. Agora.

[Que parte você não compreendeu?]

O homem estava em frente a outro quarto, com a porta aberta e Luana estava prestes a entrar, quando Jason saiu. A jovem ficou um pouco atônita, e demorou a agir, ficando por alguns vulnerável por alguns instantes. A sorte é que o home mpareceu não notar isso, tendo sua atenção voltada à Jason.

Eu me aproximo rapidamente e a puxo, a colocando atrás de mim, em proteção, e fico encarando o homem, esperando por respostas.

O homem fez uma cara de quem comeu e não gostou- ou melhor, que não deixaram nem chegar a comer.

- A lugar nenhum, bom pastor. Mas não é a ovelha que deve ser protegida neste momento... - Ele disse, antes de se afastar, andando em direção ao seu próprio quarto.

Luana parecia nervosa e olhava hostilmente para o suspeito.

- Ele disse que contará para o sr. Frederik que mentiu sobre nosso realcionamento, - ela suava frio, estava preocupada. Falava mais baixo, para que o homem não a escutasse. - e parece que ele poderia até matar você! Nós temos que dar o fora daqui...

- E daí que não temos nada no papel? - disse Jason, virando o rosto um pouco para trás, mas sem tirar os olhos do homem.

Jason então espera o homem se refugiar em seu quarto, para então acompanhar Luana de volta aos aposentos.

O homem rapidamente entrou em seu quarto e passou a chave- o clique fora audível o suficiente para Jason escutar.

Luana olhou Jason nos olhos e, com os mesmos marejados, abraçou o homem.

- Por favor, me prometa uma coisa... - A jovem disse, com a voz cada vez mais trêmula. - Você não vai morrer aqui... Não pode!

Jason estranhou tanto o pedido da menina que sua cabeça girou. Girou ao ponto dele voltar a se dar conta de tudo que estava acontecendo. Um holocausto desmorto acontecia na sua cidade natal. Pessoas inocentes morriam diante das garras de um experimento maldito, sem propósito, que contaminava as vielas de New Crow como um câncer.

- Ei, shhh... - Jason abraçou Luana e falou baixinho, como se a acalentasse - Por que está dizendo isso? Não vai acontecer nada comigo. Nem com você. Nem com minha mãe. Com ninguém. Vamos apenas sair daqui e seguir nossa vida, está bem? Mas eu preciso que você me escute. Preciso que você não dê ouvidos a essas pessoas, ok?

Jason terminou segurando suavemente o rosto da garota com as duas mãos. Olhava em seus olhos e demonstrava confiança. Ele iria fazer de tudo para tirá-las daquela enrascada que ele mesmo as pôs, isso ele tinha certeza.

- Vamos. Vamos entrar - disse o garoto de olhos verdes, conduzindo a outra menina de volta ao quarto.