"Entre você e eu?" - Barabbas [Cap. Final]

Frederik estava ali, de pé, ao lado do corpo chamuscado de Claus, que ainda mantinha sua posição anterior.

- Ele se foi definitivamente, como Johan. - O homem parecia não se incomodar ou, no mínimo, conformar-se. - Uma hora tem de acontecer.

Dahlia parecia perplexa, talvez pela figura estrondosamente grande que seu pai tinha no momento ou pelo peso de suas palavras, ou simplesmente pela caoticidade da sucessão de fatos e ocorridos do dia. Embora pouco provável àquela altura do campeonato, a última alternativa era a mais plausível, considerando o tipo de pessoa que a garota era.

Barabbas sorriu de leve, não por Clauss ter partido, mas pelas palavras de Frederick.

- Um poço de demagogia, Sr Frederick. Esqueceu quem foi que atormentou o descanço de todos os seus parentes? Seus parentes? Esqueceu quem é que viola as leis naturais da vida e da morte? Johan, Clauss ... e agora você. Mortos antes mesmo de pararem de funcionar. Repito uma vez mais: tenha a decência de aceitar o inevitável abraço frio da morte. Talvez isso o salve ...

Barabbas aguardou a resposta do anfitrião. Poderiam ser mais palavras. Poderia ser um duro golpe. De qualquer forma, ele não seria pego desprevinido.

- Há uma sutil diferença entre trazê-los de volta à nossa companhia e queimar corpos discriminadamente. - Ele disse, devolvendo o sorriso. - Mas isso não vem ao caso. Creio que veio ao meu encontro com alguma intenção definida em mente, não?

- Não.

Disse simplesmente, apenas para quebrar a expectativa de Frederick.

- Vim com duas intenções. A primeira é de que você se comporte como cavalheiro e aceite a morte. Sem ofensas aos mortos. Prometo lhe enterrar com todos os rituais. A segunda é o meio mais difícil. E se for o caso, pretendo lhe esquartejar e queimar suas partes. Você é que deve escolher o seu destino.

Obviamente que Barabbas estava sendo bem impertinente, ou então megalomaníaco. Se fosse levada em questão a atual dimensão de Frederick, talvez fosse mais provável acontecer uma terceira situação, onde Barabbas não se sairia tão bem assim.

- Me desculpe, mas a primeira alternativa não me parece possível, - respondeu o homem, um pouco surpreso com a audácia mostrada pelo humano à sua frente. - mas não tenho como impedir-lo de tentar pôr a segunda em prática, tenho?

Ele se mostrava bem razoável, ainda que não muito compreensivo.

Barabbas sorriu para o homem, mas por dentro estava arrasado. Ele sabia que poderia morrer ... e que isso era bem provável de acontecer. Mas fugir da briga é que ele não iria. Afinal, tinha um prêmio grande esperando por ele no fim da luta. Dahlia era seu prêmio.

- Muito bem, Frederick. Neste caso, terei de esquartejar e queimar seu corpo. Mas jogaremos o seu xadrez, se é isso que você quer. Sua pele cadavérica está bem pálida. As peças brancas começam.

Barabbas pôs-se em posição, a lâmina em sua mão. Reagir sempre foi mais fácil que agir.

O homem também se preparou para o combate. Atrás de Barabbas, Dahlia faiz o mesmo, sacando sua pistola. Ela parecia saber, no entanto, que a mesma não seria muito útil na situação atual, então segurava na outra mão o coquetel molotov que o parceiro lhe entregara anteriormente, pronta para arremessá-lo.

Deu-se início à dança principal, ao espetáculo da noite: Barabbas e Frederick travavam, defronte à mansão, com as lápides dessacradas ao fundo, o combate final de suas vidas. Por que um dos dois sairia de lá sem a sua.

Frederick avançou sem medo contra o homem, deixando claro que partia para o combate próximo, fazendo bom proveito de seu tamanho agora descomunal. O punho dele lançou um fortíssimo golpe contra Barabbas, que o atingiu em cheio na lateral do abdômen, apesar de seus esforços para evitar o ataque.

Foi arremessado uns dois metros para o lado, uma forte dor latente no estômago [3 pontos de dano contundente].

[Turno do Barabbas]
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Contabilização:
Barabbas:
3 pontos de dano contundente
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[Só vou contabilizar visivelmente os seus pontos de saúde. Se preferir algo bem mais narrativista, posso deixar de explicitar isso em numerais e apenas descrever a situação fisiológica do homem em mais detalhes.

(( Eu realmente gosto mais de descrição do que de pontos, mas isso iria tornar sua vida um inferno. Também, com os pontos, eu posso ter uma noção proporcional de quanto dói cada golpe XD ))

Barabbas deixou escapar por entre os dentes um gemido rouco e sem ar, devido ao golpe que recebera. Tentar pular para o lado não adiantou, visto que os braços do monstro eram por demais grandes, sua área de ameaça era igualmente grande. Barabbas fez uma nota mental de tentar esquivar para baixo da próxima vez. Com aquele tamanho todo, passar por baixo das pernas de Frederick talvez fosse mais viável. No entanto, aquela não era hora de defender, mas de atacar. E, antes de tentar atacar Frederick em seus pontos críticos, primeiro Barabbas tentaria limitar a mobilidade do homem. As pernas, mais próximas do chão e mais ao alcance da lâmina de Christ, seriam o primeiro alvo. Nenhum lugar específico nelas. Apenas a necessidade de cortar muito fundo.

Ainda sentindo a dor do golpe que levara, Barabbas se prontificou à revidar.
Correu em direção ao oponente e atacou, visando somente causar dano generalizado, a perna mais próxima do inimigo.

O cutelo abriu com facilidade a pele e a carne do homem, causando estrago aparente: o corte fora extremamente profundo. Apesar da aparente seriedade do ferimento, Frederick não demonstrou muito pesar: ele talvez não estivesse sentindo.

Dahlia, por sua vez, teve de adiar o emprego de seu explosivo, dada a proximidade de Barabbas ao seu alvo: ele poderia ser engolido pelas chamas facilmente se não tomasse cuidado. Então a jovem optou por seguir com a plano de seu parceiro, atirando uma vez contra a mesma perna.

Infelizmente, a inaptidão balística da mesma se fez presente no momento em que a bala errou o alvo por uns bons metros.

Em resposta ao corte, o descomunal inimigo repetiu o ataque contra Christ. Desta vez, com uma idéia melhor de como escapar do ataque colossal, Barabbas habilmente fugiu por entre as pernas do inimigo e o punho nada atingiu.

[Turno do Barabbas]

Após escapar por pouco do ataque de Frederick, o coração de Barabbas disparou. Era difícil aquilo acontecer, mas a sucessão de eventos e os movimentos rápidos e impestuosos da luta estavam retirando Christ de sua condição normal de calma e serenidade. Agora, com uma expressão mais doentia e furiosa, Barabbas segurou a lâmina e prosseguiu com seu plano. Aquela perna teria de ceder!

A lâmina foi em direção ao ferimento já feito, a fim de agravá-lo. No entanto,
Frederick estava mais atento aos golpes vindos de baixo e, desta vez, conseguiu desviar a perna com facilidade, escapando da imobilização planejada por Barabbas.

Visto a proximidade dos dois engajados em combate próximo, Dahlia ainda não encontrava momento oportuno para usar seu coquetel molotov.

- Christ! Me dê uma brecha para queimá-lo! - a jovem pediu, como se quisesse participar mais ativamente do combate.

Atirou novamente contra Frederick e desta vez teve mais sorte: o projétil penetrou no ombro do ser e alojou-se na carne. Embora ele não aparentasse sentir dor, o calibre da arma disparada dava à mesma um impacto considerável.

Com o tiro, Frederick perdeu um pouco o equilíbrio, tendo que ajustar sua posição antes de tentar outro golpe contra Barabbas. O planejamento em voz alta de Dahlia também pareceu não ser muito estrategicamente interessante: o inimigo se dera conta do plano e parecia focar-se em prender o homem em combate próximo, forçando-o a ficar próximo.

Mais uma tentativa de atingir Barabbas, mais uma tentaiva de desviar por baixo... Mas desta vez o plano de fuga não funcionou tão bem, aparentemente, um truque não funcionaria duas vezes naquele combate.
Frederick deu, demonstrando incrível agilidade para um ser com tamanho desproporcionalmente descomunal, uma finta rápida com a mão esquerda e, assim que Barabbas projetou o corpo para frente a fim de desviar do golpe, o verdadeiro soco lhe atinigu em cheio no tórax, jogando-o para trás.

Novamente a dor aguda invadiu a mente do homem. Por um breve momento, sua respiração foi interrompida, uma dor contusa apertando seus pulmões e seu coração. [4 de dano contundente]

[Turno de Barabbas]
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Resumo:
Barabbas - 7 de dano contundente

O grito veio junto com um cuspe de sangue. Impossível não cuspir sangue quando golpes tão violentos eram aplicados ao peito. Além do óbvio impacto e da dor inerente ao evento, ficava no homem uma sensação de queimação no lugar, como se estivesse em brasa. Aquilo não poderia continuar por muito tempo ... não do jeito que as coisas iam. Contudo, Barabbas aprendeu que tudo na vida tem seu lado bom. O soco que Frederick lhe dera fora tão forte que havia arremessado Christ para trás. Frederick havia presenteado a filha com o espaço que ela tanto queria a fim de usar o coquetel molotov. Mantendo-se atento para poder agir assim que pudesse, Barabbas limitou-se a gritar.

- Queime-o!

(( Estou adiando a ação desta rodada para depois de Dahlia, antes de Frederick ))

Com um grito, a jovem arremessou o garrafa de vidro com o pavio aceso. Barabbas pôde ver como se em câmera-lenta o vôo do frasco até ele se quebrar contra o corpo de Frederick, jogando cacos de vidro em todas as direções e espalhando um ardente mar de chamas ao seu redor.

A expressão séria e serena, como se tudo estivesse sob controle, permaneceu na face do homem, mesmo recoberto pelo fogo.

- Se queimarei, você queimará junto, homem! - Ele ameaçou, embora ainda estivesse um pouco confuso com o caos gerado pelo ataque explosivo.

- Que assim seja ...

Não haviam palavras mais doces na boca de Barabbas. O sorriso em seus lábios e a expressão calma, a despeito da dor no peito proveniente dos golpes anteriores.

- ... se for a vontade de Deus.

Completou, antes de empunhar novamente a lâmina como se fosse uma espada sagrada, pronta para destruir o mal à sua frente. Barabbas deu um impulso rápido, saltando sobre o homem, desferindo um único e potente golpe (use Força de Vontade). Sua meta era decapitar o homem, mesmo que sofresse algumas queimaduras. Um pequeno efeito colateral que valeria o custo.

Aparentemente o homem estava esperando pelo avanço determinado de Barabbas: ele conseguiu desviar-se do golpe. Saltou, inconsequente, na direção do homem, empunhando seu cutelo com tamanha força que sentia seus dedos esbranquiçarem e doerem.

Sua pele sentiu o calor das chamas queimando, mas sua mente pareceu ignorá-lo, focada no ataque que daria.

No momento final, no entanto, Frederick desviou da arma, levando somente um corte superficial no ombro.

Por segundos, não, milésimos, Barabbas não decaptara o inimigo.

De pé, após escapar da morte por um triz, o homem compreendeu a natureza do ataque de Christ e apostou suas fichas na diferença de estado entre os dois.

Com toda sua força, aproximou-se de Barabbas e abraçou-o, imoblizando-o no lugar.

- Eu disse que você queimará comigo! - gritou, enquanto puxava Barabbasi consigo para mais dentro das chamas.

- Christ! - gritou Dahlia, tanto surpresa com a transformação do fogo de um aliado para um inimigo quanto pelo fato que havia esquecido que as chamas são neutras num campo de batalha até aquele momento.

As roupas de Barabbas demorariam um pouco mais para queimar, mas sua pele já ardia, sua face principalmente: era difícil respirar e seus olhos lacrimejavam. [1 de dano letal]

[Turno do Barabbas]
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Contabilização do Dano

Barabbas:
7 contundente, 1 letal

Vencer no mano a mano o abraço de urso de Frederick seria impossível. Barabbas tinha noção disso. A chama ardia e exigia uma medida rápida e eficiente para que Christ se livrasse do monstro. A lâmina ainda estava em suas mãos, e esta, talvez, fosse a melhor oportunidade para arrancar um membro do anfitrião. Encostaria a lâmina na junta mais próxiam, seja a do cotovelo, seja a do ombro, e empregaria toda sua força, não para escapar, mas para amputar o braço do seu inimigo.

- Arrrgh ... - gemia em um tom misto de dor e raiva. O fogo não era nada legal.

Com muito esforço, fazendo valer de seu instinto de sobrevivência e seu ódio, conseguiu encaixar o cutelo contra o cotovelo de Frederick e, aplicando toda a força que conseguia, restringido como estava, começou a decepar o braço monstruoso do ser fora.

Num impulso final, separou, com um corte limpo, o antebraço e a mão do ex-anfitrião do resto de seu corpo.

Descrente com a manobra brutal e inesperada, o próprio limitou-se somente a devolver-lhe a gentileza desferindo um poderoso chute com a perna direito ao estômago. Ainda atordoado pela imobilização e as chamas, Barabbas não teve a menor chance de desviar do golpe, que atingiu suas entranhas com tamanho impacto que sentiu tudo que preenchia seu tracto digestivo voltar para a boca. [4 de dano contundente]

Foi empurrado novamente, com uma dor terrível no estômago e um gosto ainda mais horrível na boca, um par de metros para trás.

Infelizmente, o empurrão que levara não fora o suficiente para livrar-lhe do inferno de chamas que somente crescia a cada instante. Se encontrava rodeado pelo fogo que ainda ardia sua carne. E pior, se não escapasse logo dali, suas roupas começariam a queimar em breve. [1 de dano letal]

Dahlia, que se afastava cada vez mais para não ser engolida pelas chamas ardentes que varriam uma área constantemente crescente, se via um pouco inutilizada naquele combate. Apesar disso, ainda não desistira: disparou mais uma vez sua pistola contra Frederick, desta vez atingindo-o na perna esquerda.

- Christ! Eu tive uma idéia! - Ele berrou, para que Barabbas pudesse escutar, mesmo à uma distância considerável. - Não morra, eu já volto!

Dito isso, sem ao menos esperar uma resposta, a jovem correu para dentro da mansão.

- Somos só nós dois agora. - Disse Frederick, em alto e bom tom, do meio do fogo, que ele parecia ignorar. - Só um assunto para tratar entre você e eu.

Ele avançava lentamente por meio às chamas, caminhando em direção à Barabbas.
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Situação:
3 pontos de dano Letal, 3 pontos de dano Contundente

Barabbas iria morrer se aquilo continuasse assim. Ele precisava muito se livrar das chamas. E nada melhor que rolar e rolar até que as chamas se apagassem. Se ele encontra-se ao menos uma piscina ou uma cortina, poderia pular na água ou se embrulhar no tecido a fim de apagar as chamas. Se não achasse, restaria rolar e rolar pelo chão, sempre afastando-se de Frederick, claro.

(( Vou ignorar a parte do gosto ruim na boca para o meu próprio bem ... ))

Barabbas correu para fora do mar de chamas e se jogou ao chão, rolando no mesmo, para tentar apagar o fogo.

A tentativa parecia funcionar, mas muito pouco. Em instantes, porém, Barabbas viu a esperança.

A idéia que a garota tivera era deversa interessante. Ela fora aatrás de um extintor de incêndio.

- Christ, feche os olhos! - disse ela, apontando o jato para o homem que queimava e puxando o gatilho.

Ele sentiu a pressão forte e impacto no corpo, mas pelo menos o fogo se apagou com facilidade incrível.

Agora livre das chamas que devoravam e destruíam suas células, ele se viu mais uma vez em posição para lutar. No entanto, ele ainda sentia profunda dor ao se mover e só por estar ali, respirando, vivendo, existindo, já fazia sua pele arder, uma dor aguda percorrer toda a superfície de seu ser.

- Não adianta fugir! - bradou Frederick do meio das chamas. - Eu vou te encontrar!

Ficou claro naquela frase que Frederick havia, apesar de sua altura, ele havia perdido Barabbas de vista, em meio às chamas.

Barabbas queria muito acabar com a existência de Frederick de uma vez por todas, mas também queria de força igual uma pomada contra queimaduras. Aquilo ardia muito. Os socos nem eram um problema tão grande assim agora. Desconfortáveis, verdade, mas passariam rápido. As queimaduras, por sua vez, atrapalharia muita coisa! A única coisa que o fez decidir por continuar a luta foi a recompensa final.

Sorte grande de Barabbas que Frederick o perdera de vista. Era chance para repensar a estratégia e tentar virar o jogo de uma vez por todas. Assim pensado, Christ olha para Dahlia e faz sinal com a mão para que fizesse silêncio ... e então afasta-se do lugar onde caíra, apenas por prevenção. Tinha que bolar um plano, usar os elementos do lugar a seu favor. Percorria com os olhos qualquer coisa que poderia lhe servir. Algo grande para esmagar seu adversário, algo que pudesse derrubar sobre ele, ou então um veículo. Talvez alguma arma que algum dos soldados tenha deixado para trás. Terra, areia, ou qualquer outro pó que pudesse jogar nos olhos do inimigo a fim de manter sua cegueira. Barabbas procurava por literalmente qualquer coisa que pudesse ser convertida a seu favor.

Próximo à mansão, onde Barabbas estava agora, havia um pequeno trecho cimentado, que logo acabava numa extensa área de terra recoberta por uma fina camada de grama bem aparada.

No momento, claro, grande parte daquela área estava encoberta pelas chamas que ainda se alastravam. Olhando em volta, nada mais chamava a atenção: não havia nenhum carro ou coisa parecida e aparentemente, os policiais nada haviam deixado para trás ali.

Foi quando, um pouco transtornada, Dahlia olhou para os céus e teve uma espécie duma epifania.

- Ei, Christ. Olhe aquela estátua. - ela apontava para o telhado da mansão.

Um pouco descrente por não ter avistado nada anteriormente, Barabbas olhou para cima e viu uma grande escultura, aparentemente de mármore maciço, que ficava sobre um pedestal situado no telhado. Incrivel e estranhamente conveniente, ela estava bem próxima à beirada.

- Talvez possamos derrubar a estátua, não? - ela falava baixo para não atrair a atenção de Frederick, que ainda não havia os reencontrado. - Oque acha?

Barabbas olhava sério para a estátua. Estava sério porque gastava muita energia para sublimar a dor das queimaduras em seu corpo. Ele queria era desabar, esperar por cuidados médicos ... os cuidados que sua madre mãe lhe dava no convento quando o sacristão lhe dava surras de cortar a carne. Contudo, sua mãe não estava mais viva, e o sacristão agora era um monstro morto-vivo que não queria apenas lhe cortar a carne, mas também lhe rancar a vida.

- Dahlia ... quão rápido você consegue chegar lá em cima?

Disse por fim, segurando a lâmina em sua mão. O plano era ele distrair Frederick tempo suficiente para ela poder se posicionar e empurrar a estátua. Afinal, Barabbas não tinha corda consigo e não sabia onde conseguir alguma.

- Daqui... se eu correr, uns dez minutos. - ela disse, fazendo uma estimativa simples. - Vamos tentar derrubar a estátua?

- Sim ... vou mantê-lo ocupado aqui embaixo.

Respondeu Barabbas, pensando que em 10 minutos ele poderia matar ou morrer, sendo a última hipótese a mais provável.

- Mas tente ser mais rápida que isso. Nossas vidas dependem do sucesso desse plano.

Disse por fim, olhando uma vez mais para ela. Sua aparência não era das melhores. Parte do cabelo e pele queimados. Ardia muito. Segurou o cabo da lâmina em suas mãos bem firme e virou-se para Frederick. 10 minutos ...

Barabbas não agiria. Apenas reagiria. Tentaria ao máximo manter-se oculto, chamando a atenção do monstro apenas quando este estivesse para sair da área.

Frederick aparentemente não fazia idéia de onde Barabbas poderia estar. Esperando o momento ideal para contra atacar, Christ se concentrava apenas em resistir à dor e manter-se consciente, para estar apto à agir no momento crucial.

As chamas haviam queimado toda a grama que podiam: estavam começando à enfraqueçer, dando maior visibilidade à terra agora seca e devastada pelo fogo.

Não mais distraído pelo fogo que lhe consumia, Frederick agora tornou sua atenção ao recém encontrado alvo.

- Ah, que bom revê-lo. Achei que teria me abandonado aqui e fugido.