Por mim ou por ela? [Cap. 4 - Barabbas]

O Sr. Frederik havia, logo após milagrosamente desviar de uma bala à queima-roupa, sacado um pistola e estava aparentemente pronto para matar Barabbas se fosse necessário.

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Combate; Iniciativa:

Dahlia - 11
Sr. Frederik - 10
Barabbas - 9
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Dahlia prontamente correu do lado de Frederik para trás de Barabbas, deixando implícita de qual lado daquele combate ela estava.

Ainda mais irado, por agora compreender a traição que sofrera, o homem que fora seu anfitrião não teve dúvidas: disparou contra Barabbas naquele mesmo instante, sem sequer dizer nada. Por sorte, o projétil seguiu uma trajetória estranhamente errônea e simplesmente pegou o braço de Christ de raspão. [Sem dano]

[Turno de Barabbas]
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Barabbas:
9 balas

Barabbas estava surpreso com aquela reviravolta de destino, mas seu exterior lutava para continuar impávido, imutável, absoluto e calmo.

- Sua filha tem razão. Você perde o controle e a compostura facilmente ...

Disse ele, enquanto levava um tiro de raspão no braço. A voz de Barabbas saiu tranquila e calma, como se estivesse ainda sentados na mesa de jantar. Um ou dois passos para frente, uma aproximação mínima, mas ainda assim uma aproximação. A mão direita segurando a arma cujo cano apontava para Frederick. A mão esquerda dentro do bolso, alisando o cabo da faca. Uma pena que o bisturi estava no bolso direito.

Bang!

Barabbas atirou novamente. Tentava acertar qualquer lugar daquele homem. Ele era humano. Ao menos, era para ser. A não ser que existisse mais caroços escondidos naquele angu.

O tranco da arma passou pelo braço de Barabbas como uma onde, chegando ao seu ombro e jogando-o um pouco para trás, com uma dor fraca. Infelizmente sua inaptidão e falta de experiência ou treinamento com armas de fogo deixaram bem claro que suas chances de matar Frederik com aquela arma eram menores que a possibilidade de acabar matando Dahlia sem querer.

O projétil passou à pelo menos meio metro do alvo e acabaou atingindo e estilhaçando uma janela. Um vento forte entrou pela passagem recém-formada, batendo direto na face de Christ. Era um vento gélido.

O inimigo aproveitou a situação: parecia ter também notado a falta de aptidão com armas de Barabbas e resolveu aproximar-se: saltou supreendente e agilmente sobre sua mesa na direção do alvo e disparou sua arma à queima-roupa. Parecia não se importar em atingir Dahlia por engano.

A bala novamente errou o alvo, desta vez não passando nem perto. Barabbas sentiu uma onda de alívio passando por seu corpo tenso como uma bênçao.

Um pouco amedrontada pela situação e os tiros sendo disparados a esmo, Dashlia se afastou bastante de combate entre os dois homens e puxou de sua cintura uma pistola semelhante à do Sr. Frederik: parecia que aquilo seria um real tiroteio.

Ela pareceu hesitar por um instante, mas puxou o gatilho e, diferentemente de um principiante de tiro, não fechou os olhos.

A cápsula de metal voou pela distância e atingiu perfeitamente o peito de Frederik, rasgando a carne e alojando-se no meio de seu tórax. O homem soltou um gemido de dor, mas se manteve em pé.

[Turno de Barabbas]

Barabbas sorriu quando Frederick saltou sobre si. Era o que ele esperava. Não iria contar com a sorte o tempo inteiro. Sem hesitar, largou a arma que estava em sua mão e tentou enfiar a lâmina da faca no bucho de Frederick. Agora sim, as coisas estavam indo como ele gostava: lâminas! A mão direita, após largar a arma de fogo, seguiu para o bolso, à procura do bisturi.

Enquanto tentava esfaquiar o antigo anfitrião, Barabbas seguia seu discurso.

- Lamentavel como alguém de sua posição não tem o menor tato para pessoas. E você nem liga de matar sua filha! Que pecado!

Frederik parecia não eperar a faca que Barabbas tirou do bolso e fincou com sucesso no abdômen dele. O homem fez uma careta de dor e logo se afastou dois passos do oponente, tentando recuperar seu fôlego. Estava gravemente ferido, dificilmente se mantinha em pé.

- Não me resta muito oque fazer, christ. Vocês são doise eu sou um. Ainda por cima, tens outra arma aí em seu bolso, provavelmente outra lâmina. Não tenho muito mais sangue nem forças para aguentar outra estocada. Até mais.

Dito isso, Sr. Frederik saiu em disparada, de forma bem covarde e ignóbil até a porta atrás de sua mesa: planejava fugir do combate.

Dahlia não planejava deixá-lo ir, e atirou contra o pai no instante em que esta moveu seu pé. Infelizmente a bala atingiu sua perna de raspão e, embora tenha feito o homem soltar uma interjeição de dor, não o retardou em sua fuga.

Ele desengonçadamente abriu a porta e se arrastou para o outro lado da mesma, com dificuldades, batendo-a com força atrás de si.

- Ele fugiu... - Dahlia parecia não acreditar o quanto aquele homem conseguia se rebaixar assim, tão de repente. - Vamos seguí-lo!

A jovem correu até a porta, ainda com receio de que estivesse trancada ou alguma outra armadilha para atrapalhá-los, mas não, a porta abriu facilmente.

- Vamos!

(( Enquanto isso eu fico comendo pipoca e assistindo o homem fugir XD ))

Barabbas olhou para Dahlia, vendo na garota uma outra pessoa, bem diferente do que ele tinha em mente.

- Vamos ...

Disse ele, disparando porta adentro, seguindo o rastro de sangue do homem ferido.

[Reflexos lentos: corujas não são ativas durante o dia e já está amanhecendo xD]

Do outro lado da porta Barabbas encontrou um caminho um pouco confuso: haviam diversas passagens levando a direções diferentes. à princípio, ficou confuso, mas logo viu a luz.

Manchas de sangue, que provavelmente foram feitas pelo Sr. Frederik, formavam uma trilha que levaria até ele.

Seguiram um longo corredor, as manchas de sangue aumentando e diminuindo, arrastadas pela parede, pingadas no chão. Logo saíram daquele corredor labiríntico e se viram num pequeno hall, como o de entrada, mas Barabbas poderia jurar que o lugar estava diferente.

Uma grande porta maciça de madeira se erguia na parede à frente dos dois. Ela estava entre-aberta e as marcas de sangue deixavam claro que era por ali que Frederik fugira.

- Ah, não... - Dahlia morava ali, e parecia saber oque havia do outro lado daquela porta. - Ele não estaria pensando nisso.... Vamos rápido, antes que ele faça alguma merda!

Com isso, a garota disparou em direção à porta, nervosa.

Mais por estar curioso pelo que haveria ali do que pelo dever de completar sua tarefa, Barabbas segue mais que depressa o caminho escolhido por Frederick. O que será que aquele homem escondia dentro daquela mansão? Seriam mais mortos-vivos? Mais crias do pecado de seu amo? A resposta estava à uma porta de distância ... Barabbas apenas teve o cuidado de mudar a faca de mão. Agiria melhor com a mão hábil.

Ao passar pela porta Barabbas descobriu que aquela propriedade cobria uma extensão de terra muito maior do que imaginara anteriormente. Uma vasta planície repleta de mausoléus, lápides e túmulos dos mais variados tamanhos, cores e estilos.

- Este aqui é o cemitério da família. - Dahlia disse, com uma cara tanto de serenidade quanto de nervosismo. - Aqui estão todos os empregados que já serviram e todos os intergrantes da família Frederik. Existem lápides aqui que já devem ter mais de séculos de existência.

Aquilo deixava clara que aquela relação íntima e complexa que a família Frederik tinha com o tema e a própria ciência (metafísica ou não) da morta datava de muito atrás.

De repente, Barabbas sentiu compreender porque Dahlia estava receosa: Se Frederik realmente tinha a capacidade de fazer com que os mortos levantassem, do que seria capaz num cemitério imenso como aquele, repleto de cadáveres já em putrefação?

Os olhos de Christ escanearam o cemitério em busca de Frederik ou de algum rastro, mas uma névoa começava a se formar e o fato do sol ainda não estar no céu direito atrapalhavam muito a visibilidade.

- Temos que encontrá-lo e dar um fim nele antes que ele faça alguma besteira! Vamos nos separar, você vai por ali, que eu procuro deste lado. Rápido!

Com essas palavras, sem nem esperar uma resposta, Dahlia partiu em velocidade através das lápides, sumindo atrás da névoa em instantes.

Barabbas se viu numa encruzilhada nas trilhas do cemitério: havia um caminho para cada direção,o entanto, duas poderiam ser descartadas: viera por uma e a outra era a que a jovem acabara de tomar.

A escolha do rumo certo seria crucial para o sucesso da missão de Barabbas. Dos quatro caminhos, ele tinha dois: um a sua frente e outro ao seu lado. Dahlia havia escolhido o outro lado. Para trás era o caminho da mansão. Dahlia havia sugerido a Barabbas seguir pelo caminho ao seu lado, oposto ao que a própria garota havia escolhido. Mas ... aqueles caminhos não eram os caminhos mais diretos para se chegar ao fim daquele cemitério. O melhor caminho, o caminho mais óbvio, seria seguir em frente, o caminho oposto ao qual viera.

Aquele seria o caminho que Christ seguiria ... em frente, e sempre.

Barabbas anduo a esmo sguindo em frente, olhando para os lados, procurando por Frederik. Vasculhava o cemitério de cima a baixo, tentando encontrar qualquer sinal da passagem recente de algum indivíduo, mas nada conseguiu encontrar.

procurou por cerca de 10 minutos, e, quando estava começando a pensar em voltar, já que estava quase alcançando o fim do território, sntiu um tremor leve no chão, cuja intensidade cresceu gradativamente por alguns instantes e parou. Por fim, ouviu um grito agudo de pavor ou dor oriundo de algum lugar à oeste. Era Dahlia.

Infelizmente, o grito parecia que teria de esperar: do uma cova logo ao lado de Barabbas originou-se um barulho. Um estalo forte, seguido de outro e mais um, arritmicamente compondo uma melodia acústica. A terra de repente pareceu ceder para dentro da cova quando desta saiu uma mão cadavérica meio decomposta.

O fedor da carne putrefada entupiu as narinas de Christ, atordoando-o um pouco, mas ele logo se recompôs, sendo o homem que era.

Logo surgiu a outra mão da cova, em seguida um braço inteiro e assim sucessivamente até que diante de Barabbas estava um cadáver: em pé.

O corpo desmorto cambaleava de um lado para o outro, como uma pessoa atordoada. Seria basicamente inútil numa situação de combate. Infelizmente, tal conjectura provou-se equivocada quando considerou-se número de oponentes: dezenas de cadáveres haviam se levantado de seus respectivos locias de descanso eterno e estavam ali, em pé, provavelmente prestes a atacar Barabbas.

Barabbas olhou para a faca em sua mão e balançou a cabeça negativamente.

- Onde tem um taco de baseball quando mais precisamos?

Sim, um taco de baseball seria muito mais efetivo naquela situação que sua faca. Considerando esta situação, lutar seria inútil. O melhor que tinha a fazer era concentrar-se em não ser atingido ... e sair dalí o mais rápido possível. Iria correr na direção de onde ouviu o grito de Dahlia. Se ela ainda estivesse bem, eles poderiam parear e, desta forma, aumentar suas chances contra aqueles seres das trevas.

Enquanto corria, Barabbas não pôde deixar de sorrir. Estava correndo entre mortos. Ele não havia encontrado as respostas que buscava, mas suas perguntas haviam ficado mais interessantes ...

Não era difícil correr por entre os zumbis: eram lentos e pareciam estar desnorteados, pouco demostravam qualquer reação ao notar Barabbas e, quando reagiam, raramente tomavam ação hostil.

Esbarrou e trombou com alguns morto-vivos no caminho, mas não se feriu. Era supreendente a quantidade de cadáveres que havia ali para se levatarem. O cemitério imenso que antes estava vaizo parecia mais um desses shows de música que lotam estádios de futebol.

Entretanto, Barabbas alcançou numa ques~tao de minutos o local onde estava Dahlia. Ela estava na trilha ainda, cercada pelos desmortos e parecia um pouco nerovsa. Ela apontava sua pistola na direção deles mas, obviamente, eles não se intimidavam. Diferentemente da atitude que tinham para com Christ, eles pareciam avançar contra a jovem.

Elementar, meu caro Watson ... O pensamento passou rápido pela mente de Christ. Sem elevar seu tom de voz, falando alto apenas para que Dahlia lhe ouvisse, sua voz soou.

- Dahlia, pare de atirar e venha até mim.

A jovem não compreendeu, de início, de onde vinha avoz que lhe falava, mas ela logo viu Barabass e entendeu oque se passava na hora, sua mente novamente afiada como sempre. Guardou a arma de volta, acalmou-se e foi andando até Barabbas.

Os mortos-vivos pareceram não se interessar mais em atacá-la.

- Raciocínio rápido o seu, hein? - Ela disse, sorrindo. - Encontrou Frederik?

Barabbas apenas acenou a cabeça, com um leve sorriso no rosto ante ao elogio.

- Obrigado e ... não. Pelo que vejo, você também não teve sucesso. O que fazemos agora? Cartazes de "procurado"?

A despeito da piadinha, ele não riu. Aquela piadinha não era para rir. Sua função era unicamente desestressar Dahlia.

Dahlia riu baixinho. A piada havia cumprido seu objetivo: ela parecia estar um pouco mais calma.

- Só sei de uma coisa - disse a jovem, já mais séria. - eles só estão calmos porque meu pai levantou muitos ao mesmo tepo e está cansado. Se ele conseguir se acalmar, não dou muito tempo pra morrermos aqui no meio. E outra, se ele morrer, tenho certeza que esses mortos voltarão a estar com deveriam.

Enquanto isso, os desmortos pareciam continuar a ignorar a presença dos dois, tentando andar e trombando inutilmente uns com os outros, alguns caindo e sendo pisoteados.

- Seu pai me disse que treinou você para ser o substituto dele. Acredito que você também tenha o poder sobre esses mortos. Eu não sei bem como é que se faz isso, mas por que você não tenta controlá-los? Não todos, claro, mas apenas alguns à sua escolha. Aquele alí, por exemplo, parece estar em melhor estado que os demais. Poderia ser de grande ajuda tê-lo do nosso lado. E garanto que seria um golpe no ego de seu pai ver que você pode sobrepor o poder dele ...

Barabbas não tinha certeza do que falava. Estava apenas cogitando hipóteses. Mas ... diabos! Ele estava entre mortos que caminhavam! Nenhuma hipótese deveria ser deixada de lado ...

- Infelizmente, não. - Ela fez uma careta mista de raiva e indignação. - Ele me ensinou a cuidar de Claus e Johan em seu lugar, mas nunca me ensinou nada sobre a magia.

Barabbas apenas acenou com a cabeça como quem dá a entender que compreendeu.

- Então você vai ter que descobrir do jeito mais difícil. Mas, enquanto não consegue, bora continuar procurando seu pai ...

Disse ele se aproximando da garota e segurando em sua mão, como quem dá força a alguém.

Parecendo mais confiante, não se sabe se por Barabbas estar lhe dando apoio ou por outra razão, Dahlia começou a andar por entre os mortos.

De certa forma, era interessante a maneira como os zumbis pareciam uma massa líquida, dando vazão e passagem, desviando de qualquer força que tentasse passar por entre eles.

Barabbas não sabia em direção exatamente estavam caminhando, mas a expressão de confiança da jovem mostrava que ela tinha uma idéia melhor.

Barabbas estava satisfeito. Sentia que mais uma função havia sido cumprida, mesmo que ele próprio não soubesse explicar como. Apenas andava com Dahlia, sua mão buscando a da recente parceira. Se ela aceitasse, ótimo. Se não, ele não iria se aborrecer pro isso.

Quando sua mão encontrou a da jovem, foi firmemente agarrada pela mesma. Dahlia parecia não querer se perder da única pessoa- do único ser- ali que não lhe era de alguma forma hostil. Ou melhor, era oque pensava.

- Vamos por aqui. Estou sentindo algo de diferente nessa parte do cemitério: acho que Frederik deve estar por aqui.

Ela andava reto, mas Barabbas nada conseguia ver, nem sentir nada do que ela dizia, por entre os corpos ambulantes.

Será que ela está despertando para a tal magia de que mencionara anteriormente? Barabbas se questionava se Dahlia poderia superar o pai em tão pouco tempo. Mas isso não seria exatamente um problema para agora. O problema atual era encontrar Frederick e guiá-lo ao encontro dos seus que agora caminhavam pelas terras. E, de preferência, que isto acontecesse antes de Johan ou Claus os encontrarem antes.

De repente ouviu-se sons altos de destruição e briga vindos da direção da mansão.

Barabbas e Dahlia se voltaram instintivamente para ver oque era. Oque estava diante de seus olhos era mais bizarro que os mortos que andavam por ali: parecia uma pessoa deformada, inchada, crescida descontroladamente. Como em cólera, esta pessoa, que tinha quase 2 metros e pouco de altura e parecia pesar umas 200 quilogramas saíra da mansão simplesmente fazendo um rombo na parede.

Olhava em volta, como se procurasse algo, mas parecia não ver os dois ali, no meio da multidão de desmortos.