Sob sua tutela (Jason Miller - Cap.2)

Acelerou como nunca- derrapou por algumas curvas fechadas onde jamais havia sequer sonhado em fazê-lo, pegou as ruas mais obscuras e desconhecidas da existência (e inclusive aquelas que não fazia idéia que existiam), mas chegou- em menos de vinte minutos- ao outro lado da cidade, ao prédio editorial, seu objetivo atual, local onde marcara seu encontro com a salvação: a fuga aérea com seu editor Mark.

Parou o carro em frente ao prédio- era proibido estacionar ali, mas quem se importava? Viria por acaso algum morto-vivo lhe dar uma multa de trânsito?

Olhou para dentro da contrução através das grandes portas de vrido; Não viu Mark em lugar algum.

Sem comentar nada, Jason fechou o carro e pegou as bolsas da mãe.

- Ele deve estar nos esperando lá em cima - disse, apontando para o céu chuvoso, mas usando de metonímia para se referir ao heliporto.

Retirando o celular do bolso e o entregando à Luana, o jornalista começou a entrar no prédio editorial como um guia.

- Aperta duas vezes o "verde", e tenta falar com o Mark, Lú.

A jovem estendeu a mão e pegou o aparelho, apertou uns botões e logo levou a celular à orelha, enquanto seguia Jason para dentro do prédio.

A mãe do homem seguia-o de perto, assusstada com tudo- com medo até de sua prória sombra.

- Alô? - Luana parecia ter conseguido contato com Mark. - Mark, aqui é uma amiga do Jason, Luana. Ele quer saber onde você está; Nós já estamos no prédio editorial.

Ela ficou em silêncio alguns instantes, ouvindo a resposta do chefe de Jason.

- Arrã. entendido. Certo, vou contar-lhe. Sim. Ok. - Ela desligou o celular. - Jason, ele falou para encontrarmos ele em seu escritório e que, de lá, iremos para o heliporto.

- No escritório? Então é por aqui... - disse o jornalista, que começou a pegar um caminho levemente diferente do de antes.

Ao se aproximar da sala indicada, Jason parou no meio do caminho, pensativo. Talvez tivesse algo de errado, mas ele não diria nada para não criar nenhum alerta.

- Lu, segura isso - disse, entregando a pistola para a amiga - Esperem aqui, qualquer coisa eu chamo vocês. Fiquem atentas e olhem para todos os lados. Me gritem caso algo de errado aconteça; não que vá acontecer algo, mas fiquem em alerta.

E antes que pudesse haver qualquer tipo de contestação, Jason avançou em direção ao escritório de Mark.

A jovem pegou a pistola e segurou-a com força, como se aquilo fosse o símbolo de sua esperança. A mãe de Jason assusstou-se. Proque raios seu filho carregava uma arrma- e porque nunca lhe contara?

Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Jason entrou no escritório.

Lá estava Mark, em pé atrás de sua mesa, olhando melancolicamente para a rua, através das imensas janelas da sua sala. A chuva batia de leve contra o vidro e logo escorria.

O homem virou-se para Jason, com um olhar tanto sério quanto triste.

- Jason, vejo que chegou até aqui inteiro. - Ele deu um sorriso de leve. - Foi um caminho difícil?

[Caramba, eu digitei mó textão... mas, não sei como consegui, voltei a página anterior usando o MOUSE, sem querer...]

[Aí complica. Se vc não apertou nenhum botão, seu coimputador tá de mal contigo xD Mas é probelma se você reescrevê-lo?]

[Oxi, eu deixei para escrever depois e acabei esquecendo. Foi mal]

Receoso de encontrar as trevas naquela sala, Jason avançou com cuidado. Entrou vagarosamente no escritório do editor... mas apenas conferir que, lá, apenas Mark o aguardava.

- Mark, cara... que alívio... - suspirou o jornalista, como se retirasse uma grande carga de suas costas.

Da porta, fez sinal para que as duas mulheres se aproximassem - mas continuou a dar atenção ao patrão.

- Sim... New Crow está um caos. Um horror - disse cabisbaixo - Aliás, onde está a sua mulher? Tem notícias de Louis?

- Ah, Louis. Ele... foi uma grande perda. - Disse o homem, mantendo a postura, mas com grande pesar na voz. - Minha mulher não está na cidade; estava há algumas semanas no exterior, para minha sorte. Vamos para o heliporto agora? O helicóptero chegará em minutos.

- Sim, vamos!

Jason iria esperar a entrada da mãe e de Luana para completar:

- Mark, essa é minha mãe e essa é Luana... a minha namorada... - mentiu, mas falou como se quisesse perguntar se não havia problemas levá-las consigo.

- ... Bom... - Ele fez uma cara um pouco desconfortável. - Espero que não se importem em ficar um pouco apertados. Mas vamos logo, meu amigo disse que não poderá esperar muito por nós, se não estivermos lá em cima, terá que nos deixar.

Com isso dito, o homem começou a andar, à largos passos, em direção ao elevador- sempre com sua mesma postura ereta.

- Vamos - deu a ordem para as moças.

Jason recuperou a arma emprestada, assim como tomou conta das bagagens que foram trazidas. Seguiu Mark pelos corredores, mas sempre atento.

- Você não ficou com medo de ficar aqui sozinho? O jornal está tão... quieto...

As duas mulheres seguiam, um pouco assustadas, Jason, enquanto este falava com seu editor.

- Na verdade, não. Comstumo vara as noites trabalhando por aqui, sabe? - Ele fez uma cara de desgosto. - Minha mulher nunca está em casa, mesmo. Logo, estou acostumado a ficar só no prédio.

Ele apertou um botão para chamar o elevador, cujas portas prontamente se abriram. Adentrou o transporte, seguido de Jason e suas amigas. Embora estranhasse que Luana nada dissera em relação ao que Jason dissera sobre sua relação, isso nem um pouco lhe incomodava.

- Entendo... - constatou sem refletir.

O editor foi acompanhado pelo jornalista, que por sua vez fora acompanhado de suas "tuteladas". Os quatro entraram no espaçoso elevador, mas não foi Jason o primeiro a iniciar uma conversa dentro do transporte.

As portas do elevador logo se fecharam, quando Mark apertou um botão demarcado com um "H" maiúsculo, e o trasnporte começou a subir.

Todos permaneceram em silêncio por algum tempo. Cerca de um minuto,, na verdade, mas o silêncio que reinava o lugar e dominava as pessoas era tão pesado que o tempo parecia arrastar-se, puxando imensos grilhões de ferro maciço presos às suas pernas.

Numa ousada tentativa, Luana tentou quebrar o gelo:

- Senhor MArk...? - Ela dizia, um pouco sem jeito. - Só queria agradecer por nos oferecer essa chance de sobreviver, por dar à nós, pessoas que nem conheçe, essa salvação...

O homem pigarreou bem alto quando a jovem terminou a frase, como se pedisse silêncio. Ele virou o rosto contra a parede, com uma expressão triste.

- O que foi, Mark? - disse Jason, estranhando a atitude do patrão.

Repentinamente, flashs do Hospedeiro vieram à mente de Jason.

- Ah, não é nada, não se preocupe, - Ele sorriu, mas a expressão no resto de sua face denunciava sua preocupação.

A elevador continuava a subir. Nunca tendo ido até o heliporto antes, Jason não estava acostumado à ficar tanto tempo seguido dentro do pequeno cubículo móvel. As luzes que indicavam o andar em que o trasnporte atualmente se encontrava acendiam-se e apagavam-se sucessivamente, emitindo um som a cada vez. Estavam quase em seu objetivo.

O jovem rapaz não conseguiu fazer nada, a não ser mostrar sua face de estranheza para Luana e para a mãe. Será que ele havia as metido numa enrascada? Só o tempo diria.

Ou não.

Num ato de impulsão totalmente levado pela paranóia adquirida durante todo aquele dia de caos, Jason, num salto, atacou o botão de emergência do elevador.

- O que está acontecendo, Mark!?

Assustado com a reação repentina de Jason, Mark deu um passo atrás.

- Oque foi, Jason? Nada está acontecendo, não é nada. - Ele gesticulava frenéticamente para que Jason se acalmasse. - Agora, se você não liberar o elevador, nós vamos ficar aqui até meu amigo nos deixar para trás...

Luana e a mãe de Jason simplesmente olhavam, quietas, também assustadas, a discussão.

[Quero ver se ele está falando a verdade (pode fazer o rolamento por mim, Zann)]

Se sim, está falando a verdade:

Eu peço desculpas e digo que só estou um pouco transtornado com todos esses acontecimentos loucos.

Se não:

Vou indagá-lo sobre o que irá acontecer dali para frente e dizer que há duas inocentes no elevador.

Jason, nervoso com a situação toda, nã consegue, apesar de todos os esforços, ler oque se passava na mente de seu editor.

Um misto de vergonha e arrependimento arrebatou o jovem jornalista. Talvez fosse apenas paranóia de sua parte mesmo. O fato era que, se fosse verdade, ele não poderia deixar escapar a chance de fugir daquele inferno -- mesmo que ele ainda estivesse bastante adiantado no prazo pré-estabelecido por Mark.

- Desculpe cara... é que aconteceram algumas coisas... - disse, olhando os outros e apertando o botão "H" - Depois eu conto tudo direito.

O homem arrumou a postura, e, novamente altivo, respondeu, reconfortando Jason:

- Não se preocupe. - Ele disse, sereno, enquanto o elevador retomava movimento. - Todos nós passamos por coisas hoje e estamos com os nervos à flor da pele. É normal.

Faltavam somente alguns andares para que chegassem ao topo.

Como um filho após receber lição de moral do pai, Jason apenas abaixa a cabeça e vai de encontro a sua mãe e Luana. Ele abraça as duas, como se estivesse cansado, mas agradecendo por aquilo tudo estar terminando.

O elevador pára e abre as portas no objetivo: o heliporto.

O lugar era vasto, como o andar do editorial onde Jason trabalhava, só que sem nenhuma mesa, parede, divisão, nem nada do tipo. Só um grande espaço aberto.

- Venham. - Mark disse, olhando para seu relógio de pulso caríssimo. - Meu amigo já deve estar chegando.

Ele saiu do elevador e foi andando em direção ao centro do lugar. De certo, a ciência meteorológica estava correta: quanto mais alto você está, mas frio fica.

Estando num dos pontos mais altos da cidade, Jason sentiu uma onda de sensações distintas, mas ao mesmo tempo confusas, homogêneas. Frio, solidão, medo, esperança, desespero, raiva, amor, ódio, felicidade, calor. Como se houvessem despejado sobre seu corpo uma mistura condensada de tudo oque havia sentido ao longo do dia mais cheio de sua vida, o turbilhão de sentimentos invadiu seu corpo. Via tudo com clareza, mesmo confuso.

Viu, no fim daquele túnel, finalemente via a saída- a luz no fim; A Esperança.


Luana e sua mãe estavam à tempo quietas, permanecendo em silêncio. Talvez também estivessem passando por algo semelhante ao que Jason sentia e, logo, estivessem pensativas.