"Que dia do cão, hein?" (Jason Miller - Cap.1)

Jason parou em frente à uma pequena porta verde, com uma plaquinha imbutida, que dizia "Sala de Espera", enquanto tentava estabalecer contato com Keith.

- Jason, como conseguiu acesso à esta frequência? - Keith dizia, com um certo tom de interrogatório. - Quer saaber, esqueçe. Não sei onde estou, esse lugar é pequeno, mas é confuso pra caramba. Você tem alguma idéia de onde está?

- Sim, estou no quinto andar, de frente para a sala de espera - disse, ainda parado - Você está em que andar?

- Também estou no quinto andar, mas não faço idéia de onde estou... O corredor não tem placa nenhuma... Mas tenho que encontrar Marshall o mais rápido possível! Você acha que consegue chegar à sala do diretor de volta?

- Acho que sim... - disse hesitante - Talvez se eu seguir algumas pegadas...

Jason havia se abaixado perto de Orson, mas não sabia se tinha sujado seu tênis com sangue. Se tivesse, talvez conseguisse seguir os rastros de volta.

Jason seguiu, com um tanto de dificuldades, os rastros de sangue que deixara pelo caminho, que terminavam na porta da sala do diretor, onde Keith esperava impacientemente.

- Finalmente chegou! Vamos logo, um dos meus tem uma idéia de onde Marshall pode estar.

- Eu não sei com o que estamos lidando, Keith. Esse vírus está deixando os homens loucos... (Jason acredita que é um vírus mutante da raiva que está fazendo isso).

Sem questionar, Jason iria seguir os passos do policial. Queria perguntar sobre a chave, mas estava receoso de ser acusado de ladrão; nem que fosse apenas com um olhar repreensivo do colega.

- Não sei, Jason, nessa, estamos no mesmo barco. Mas no momento, tenho certeza de que temos algo mais impo-

Sua fala foi cortada por uma chamada repentina no rádio.

- Capitão! O diretor! - Disparos. Vários. - Venha rápido! MARSHALL ESTÁ AQUI!

Sem nem pensar duas vezes, nem proferir uma palavra sequer, o homem pôs-se a correr como um louco, jogando o rádio longe, e puxando a pistola do coldre.

Sabendo da importância do rádio comunicador naquele labirinto hospitalar, Jason perdeu alguns segundos para recuperar o aparelho do colega. Para compensar os segundos de atraso, o jornalista iria perseguir com sua carga máxima o policial.

Mesmo que ele corra mais, acho que dá para localizá-lo pelos barulhos dos passos.

Jason, mesmo com alguns segundos de atraso, consegue seguir Keith pelos confusos corredores labirínticos do hospital. Ele parecia se guiar pelos som de tiros que vocês ouviam ecoando.

Chegando à uma bifurcação no caminho, Jason avista dois policiais virados, atirando em algo fora de seu campo de visão. Provavelmente, o Diretor.

- Onde está o Marshall!? - O capitão gritava, parecia furioso, sua face vermelha, já com sua arma em mãos.

Um dos policiais, aparentemente mais novo, só olhou para o rosto de seu superior, tristemente, e desferiu um rápido olhar para o corredor- apontava algo que Jason não conseguiu ver.

Ketih desligou-se, imóvel.

Jason tentou se colocar numa posição em que pudesse ver o que era alvejado pelos disparos dos policiais, mas que ao mesmo tempo o protegesse de algum projétil vindo do lado oposto (supondo que o 'inimigo' também possua armas).

Jason se aproximou da esquina e se deparou com uma cena deveras... estranha.

Uma pessoa, aparentemente um homem trajando um terno, segurava uma porta de madeira, apoiada no chão, como um escudo. Haviam duas pessoas atrás deste homem.

Os policiais descarregavam suas pistolas contra o homem, mas estas atingiam a porta, que nem sequer se mexia, apesar de ser danificada.

- Aquilo... Não é o Marshall. - Keith sussurrou, em voz baixa, provavelmente, só Jason conseguiu ouví-lo.

Espremendo os olhos, Jason notou grandes ferimentos nas duas pessoas de trás. Ferimentos mortais. E grandes quantidades de sangue. Eles estavam, claramente, mortos. Mas andavam. Viviam.

Com o canto dos olhos, o jornalista viu grandes marcas nas vestimentas do policial mais jovem. Elas atravessavam o tecido revestido, o colete à prova de balas, a roupa, a proteção de metal, e ainda ferira superficialmente o próprio que as vestia.

- Eles são três e estão com aquele "troço", Keith! Cuidado! - gritou Jason, alertando o colega policial da quantidade e dos problemas que aquelas pessoas poderiam causar. - Vamos recuar até a esquina nos separando. Quando ele vier, vocês poderão pegá-los pelos flancos, sem a proteção da porta!

- Nós já tentamos, mas eles estão segunrando a posição, por algum motivo! - Um dos policiais avisou.

Keith abaxou-se e começou a tirar peças de uma arma de dentro dos bolsos de seu colete.

- Quando eles têm uma barreira ridícula assim, você precisa é de poder de fogo! - Ele ainda estava furioso, parecia estar ainda mais agora.

O jornalista, apesar de todas as provas cabais do porquê daquilo, ainda ficava um pouco confuso com o ataque irrefreado dos policiais. Jason custava a crer que aquelas pessoas estivessem mortas. Para ele, aquilo tudo não passava de uma piadas de mau gosto da ciência, da biologia. Como era possível aquilo acontecer? E se acontecia, seria possível que não houvesse restado nem um pingo de humanidade naqueles invólucros decrépitos?

"Esses policiais devem ter visto o que eu não vi. Devem ter visto o que foi necessário para acabar com essa dúvida de suas mentes", pensou.

Sem remorso, e acreditando estar lutando pela própria vida; acreditando estar lutando pela ordem natural das coisas; Jason apenas assistiu quieto o ataque engendrado por Keith.

[Cara, um dos policias morreu, tentou atacá-los de volta, e foi morto uma segunda vez. Outro deles parece estar morto, mas também está de pé, e os atacou. Esse ataque que ele deu, com as mãos nuas, arrebentou o coltete à prova de balas e toda a proteção do policial. Por mais que eles atirem, os inimigos nem parecem sentir, e só atacam. Eles estão puramente desesperados! Não vão parar para tentar racionalizar a situação, suas vidas estão em perigo!]

Keith teminou de montar um rifle de precisão, razoavelmente grande. Lustroso metal refletia a luz das grande lâmpadas fluorescentes que iluminavam os corredores do hospital. Os dois policiais olhavam, impressionados, para Keith, para a arma e de volta para Keith, seus queixos caídos.

O capitão habilmente carregou a arma e avançou um pouco.

- Carl, Luccas, saiam do caminho. - Ele disse, empurrando de leve os dois para o lado, tomando seus lugares.

Jason viu a boca de Keith se mexer, murmurando algo como "Engulam isso, filhos da mãe", antes dele puxar o gatilho.

No instante que o capitão disparou, o primeiro dos inimigos soltou a porta de deu um passo para o lado, saindo do trajeto da bala, que atravessou a porta, destruindo a madeira, e atingindo o diretor, ou oque sobrara dele, que levou todo o impacto restante e caiu para trás.

- Boa, chefe! - O policial mais velho, Luccas, gritara. - Vamos, estão desprotegidos!

Carl e Luccas dispararam contra os inimigos, mas só um deles acertou o alvo, a bala ficando alojada entre duas costelas de Marshall.

Agora que estava fora da proteção, Jason conseguia ver perfeitamente o homem de terno. Usava uma camisa que um dia fora branca, e um terno preto. Seu rosto estava muito desfigurado, parcialmente coberto pelo esparso cabelo grisalho dele. Matinha uma postura ereta, maitnha os olhos focados nos policiais, como se pensasse numa forma de liverar-se deles.

[Eu estou entendeo perfeitamente a situação, Zann rsrs. Só estou tentando interpretar a moralidade do personagem kkk.]

Por algumas vezes, Jason pensou em sacar sua arma e ajudar os policiais. Só não o fez por ter medo de, levando em consideração sua inaptidão no manejo de armas de fogo, acertar um companheiro.

- Keith! Acerte o de terno!! - gritou, acreditando ser, aquele, o mesmo que causara todo o pandemônio no posto de gasolinas.

[Eu sempre me confundo se é oque o jogador realmente pensa ou se é rolpelay... xDD Mas parabéns, vc está interpretando muito bem!]

- Certo...! - Keith terminava de carregar seu rifle.

Marshall corria em direção à vocês, provavelmente para atacá-los. Ao se aproximar, jogou-se sobre Luccas, numa forte investida. O policial foi jogado algnus metros pra trás, caído.

O Diretor, mesmo após ter levado fogo pesado, continuava tentando se levantar, enquanto o terninho só observava a situação.

-Keith, o Marshall! - Carl estava, num momento tão importante da batalha, ironicamente, sem munição. Desferiu um forte chute na cabeça da coisa, que subiu do chão alguns centímetros, só para cair de costas no mesmo.

Keith se aproximou, apontou o rifle para a cabeça do ser caído no chão.

- Me desculpe, mas é aqui que acaba nosso caminho juntos. Me desculpe... - Sua voz começou a falhar, como se chorasse. - Adeus...

Ele puxou o gatilho, o som ensurdecedor do disparo retumbou, ecoando infinitamente pelos vastos corredores do lugar. O velho homem desferiu um olhar desafiador para o homem de terno.

- Oque quer comigo, Claus!? Vocês fizeram isso com Marshall, eu sei! - Ele enfiou outra bala no rifle. - Se você não falar, o próximo é você!

Ele mirou a arma exatamente na testa de Claus.

[Hehehe, vlw]

Fora impossível não estremecer com o barulho do disparo do rifle. Naquele ambiente fechado, qualquer som era facilmente amplificado.

O jornalista tentava entender em que tipo de trama social aqueles homens e Keith estavam inseridos. O policial parecia muito transtornado em lidar com tudo aquilo; o que não era para menos, afinal.

- Não hesite, Keith! - disse, receoso e ao mesmo tempo aterrorizado - "Quem poupa os lobos, sacrifica as ovelhas", Victor Hugo!

- Anda logo! Fale oque você quer! - Keith estava furioso, sua face vermelha como brasa incandescente.

O homem começou a andar lentamente em direção ao grupo, sem dizer anda.
O capitão policial atirou. A bala voou rapidamente em direção do homem de terno, que levou o tiro , absorveu todo o impacto, foi jogado alguns metros para trás, mas simplesmente, com movimentos perfeitametne calculados, caiu de pé, e investiu contra seu agressor.

Em alguns segundos, estava no ar, voando em direção de Keith, descrevendo um arco, terminando-o batendo com força seu joelho no peito do policial, que, por sua vez, cedeu, momentaneamente asfixiado, ao chão.

O homem de terno, sangrando profusamente, empurrou Jason para o lado e saiu correndo, corredor à fora.

Carl e Luccas gritavam, tentando, em vão, atingir o homem com balas, e erravam miseravelmente. A velocidade de corrida do homem era incrível.

Keith tossiu, no chão, e levantou-se, com um pouco de esforço.

- Filho da puta! Se eu pego aquele canalha... Me ajude aqui, Jason.... - El esticou o braço, esperando por apoio.

[Posso tentar alguma ação para impedí-lo de passar por mim ou ele já passou mesmo?]

[Já passou.]

O jornalista, se pudesse, entraria dentro da parede às suas costas. Estava com medo de ser acertado por algum tiro disparado pelos policiais que tentavam pegar o fugitivo.

Deixando os guardas irem à frente, Jason procuraria rastros que pudessem indicar os caminhos tomados pelo homem.

Os dois policiais passam correndo por Jason, atrás do homem.

Keith se levanta, sem auxílio de ninugém, já que Jason se negara à dar-lhe apoio.

- Muito obrigado. - Keith disse, com um ar gélido, meio irônico, para Jason, como se estivesse incomodado. - Vou atrás daquele filho da mãe.

Com isso, o capitão saiu correndo.

Seguindo os passos dos que foram na frente, Jason não encontrou nenhum sinal de que o homem tivesse passado. Em outras palavras, ele não deixara vestígios. As únicas pistas que estavam ali indicavam o caminho pelo qual os policiais haviam passado, marcas de sola de botas sujas pelo chão limpo.

[Ih, foi mal Keith kkkk. Nem tinha visto a linha em que ele pede ajuda para se levantar rsrs.]

- Keith! Ainda há pessoas no hospital? - perguntou, num tom de alarme.

Seguia os policiais, mas atento a qualquer problema que pudesse surgir (senso de perigo).

- Que eu saiba, o hospital foi evacuado antes de chegarmos!

Jason seguia de perto os passos dos policias, que corriam incessantemente na cola do homem de terno. De repente, numa curva, todos perdem-no de vista.

- Pra onde ele foi? - Carl indagava.

- Cadê esse cara...? - Luccas estava preocupado, olhando para os lados.

- Esqueçam, aquele cara sabe se esconder muito bem. À essa altura, ele deve estar longe daqui...